Tudo certo, vistos ou residências permanentes em mãos, malas sendo feitas, planejamento chegando em outra fase, comemorações, despedida da família, mas e o animal de estimação, como fica? É claro que seu pet pode ir com você e seus familiares para terras canadenses. Ao contrário da Austrália, por exemplo, onde as regras de imigração para animais de estimação são bastante rígidas, o Canadá tem as normas mais flexíveis e acessíveis.
Mas calma, não é só embarcar não. Primeiramente, se a sua decisão for a de levar o mascote logo de cara, isso deve estar no seu planejamento desde o início, pois demanda tempo, pesquisa, cuidados e gastos (veja mais sobre como planejar o sonho canadense passo a passo clicando aqui). O leitor deve estar pensando qual é o desalmado que abandona o animal e não o leva junto quando muda de país, mas calma, não é isso. Quando explica-se “desde o início” é pelo motivo de que muitos imigrantes e residentes temporários preferem deixar o animal com um ente querido até se estabelecer no país, para depois levá-lo para a residência definitiva. Isso dura no máximo 30 dias e pode ser uma ótima opção caso você tenha quem fique com ele durante esse tempo. Os primeiros dias são uma fase de adaptação e você precisará ir em diversos lugares, procurar casa para alugar, fazer documentos, dentre outras ações, portanto por vezes é melhor que o animal venha depois.
Entretanto, indo ou não no mesmo voo e dia, os bichinhos precisam de cuidados. Pensando nisto, fizemos uma lista com o passo a passo para levar seu cão, gato ou animal de estimação ao Canadá, confira abaixo!
Viajando com os animais
Cada companhia aérea tem diferentes regras no que se trata de viajar com animais de estimação. Enquanto umas permitem que cães e gatos pequenos viajem dentro da aeronave em um kennel ou caixinha, outras somente no compartimento de bagagem. Além disso, as empresas limitam o número de pets por avião, então assim que você fizer a reserva da sua família, inclua-o na conta, mesmo que você tenha optado que ele fique no Brasil por mais alguns dias.
Na maioria dos casos (lembrando que quem faz as regras são as companhias), animais com menos de 18 libras, o que dá cerca de 8,2 quilos, podem ser levados em um kennel de material flexível com buracos para ventilação dentro da aeronave. Já os maiores precisam viajar no porão de cargas, em uma caixa que se adeque ao tamanho do animal e seja de material resistente. Ela deve conter identificação do pet por dentro e por fora, além de cor, raça, nome do dono, endereço e telefone.
Uma dica é colocar uma coberta do animal ou roupa do dono dentro da caixa, isso faz com que os bichinhos fiquem mais tranquilos. Evite brinquedos ou coisas do tipo pois as turbulências podem fazer com que o animal se machuque, dependendo do caso. Uma vasilha de água também é importante. Não é indicado alimentar o cachorro antes da viagem, pois eles não terão acesso a áreas apropriadas para isso fazer suas necessidades.
Para minimizar os problemas e surpresas, vale também, antes de reservar o transporte, fazer uma busca na internet para verificar o que os usuários que já transportaram pets pela companhia aérea em questão têm a dizer. E por último, claro que quanto menor o número de conexões e tempo de voo, melhor para o bicho.
Vacinas em dia
Este ponto é super importante tanto para a companhia aérea quanto para a fiscalização canadense. O National Animal Health Program estabelece as exigências no que diz respeito aos voos para as terras do True North. Elas são as mesmas se você só estiver passeando pelo país, em escala para outro local ou for viver no Canadá, são elas:
Uma observação importante aqui é que o país não exige quarentena dos animais, como solicitado na Austrália, não é preciso avisar o aeroporto canadense com antecedência que o animal vai chegar, pois sempre há um inspetor responsável pelos bichinhos, não é exigido o uso de microchip ou tatuagem de identificação e também não se faz necessária a apresentação do certificado de pedigree.
Inspeção de bichos
Ao entrar no país, o animal deve passar por uma espécie de alfândega, que é a inspeção de bichos. Ela é realizada pela Canada Border Services Agency (CBSA) e tem o custo de CAD $30,00 mais taxas. Na fiscalização, o oficial vai olhar todos os documentos do animal, como citados no item anterior. Caso o cachorro não tenha tomado a antirrábica, o dono fica comprometido a dar a dose em até duas semanas e pagará, além do valor da vacina, um valor de CAD $55,00 + taxas. Na ocasião o agente também vai verificar se o pet não apresenta nenhum sinal de doença aparente e se os documentos batem com o animal.
Detalhes
Caso o dono queira trazer ração para o animal, sem chance. O governo canadense, por medida de segurança, só permite a importação pessoal de alimentos para cães e gatos dos Estados Unidos, portanto não arrisque (veja em detalhes o que é permitido ou não levar na bagagem clicando aqui).
Outra dica essencial é reservar um tempo para ir com seu cachorro com bastante antecedência no veterinário, para fazer todas as consultas necessárias e as vacinas terem seu prazo para imunização enquanto o mesmo ainda estiver no Brasil. Por último, acesse o site da cidade onde vai morar no Canadá para ter certeza que a raça do seu cachorro não foi banida de entrar no país. Sim, algumas raças como Pit Bull Terrier, por exemplo, possuem restrições em determinadas províncias.
Aproveite para passear bastante em solo canadense com seu bicho de estimação, os nativos adoram parques e os cachorros sempre são bem-vindos, incluindo os sem raça definida. Quando for alugar um imóvel, não esqueça de verificar se ele é pet friendly.
Fonte e regras para outros animais:
Fabíola Cottet