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Por Paula Oliveira

Sabe quando a gente passa a vida toda sonhando com algo e quando finalmente o sonho está prestes a se realizar, a gente simplesmente fica paralisado de medo? “E se minhas expectativas foram altas demais e não corresponderem à realidade? E se eu quebrar a cara? E se der tudo errado?” é inevitável não se torturar com esses questionamentos. Mas é também nessas horas que nasce dentro de nós uma coragem inabalável que vem do desejo de conquistar o que sempre sonhamos. Assim foi o Canadá para mim.DSC05898

Imagem: Paula Oliveira - Arquivo Pessoal

Meu nome é Paula, tenho 24 anos e me formei em Administração pelo Instituto Federal da Bahia. Eu uso cadeira de rodas desde os 11 anos e, mesmo com a deficiência, tive a oportunidade de fazer intercâmbio por duas vezes: a primeira para a Irlanda em junho de 2012, e a segunda para o Canadá em janeiro desse ano.

A diferença entre as duas viagens, entretanto, foi que, na primeira, tive a companhia de uma grande amiga da faculdade que foi minha acompanhante durante todo o tempo em que fiquei na Irlanda. Lá eu não tive medo, não passei perrengues, não tive que aprender a me virar sozinha. Tudo foi como num conto de fadas. Já no Canadá, como bolsista do governo canadense através do Emerging Leaders in the Americas Program em que a bolsa só cobria os meus custos, tive que encarar o desafio de viajar e morar sozinha por quatro meses.

Mas a verdade é que eu nunca estive sozinha. No Canadá, cursei o último semestre do meu bacharelado no College of the Rockies em Cranbrook, na British Columbia. Cranbrook é uma cidade pequena no meio das montanhas. Apesar disso, não foi difícil me sentir em casa: a cidade é completamente acessível e as pessoas são extremamente educadas, calorosas e amigáveis.

Morei na residência estudantil do college que, assim como a cidade, era bem acessível, além disso, tudo o que precisava ser melhorado para se adequar às minhas necessidades era rapidamente agilizado pelo pessoal do college. Eles sempre foram muito atenciosos e cuidadosos comigo e fizeram de tudo para que a minha estadia lá fosse agradável. Alguns exemplos: como fui em pleno o inverno canadense, eles providenciavam a retirada a neve do estacionamento que ligava o college à residência já que, para um cadeirante, a neve é quase como areia e faz a cadeira atolar; colocaram mais barras no banheiro, conforme eu pedi; trocaram, também, a torneira da pia que era antiga e duríssima de se abrir; regularam a porta do POD (que é como chamamos cada apartamento na residência), que por ter aquele sistema de fechar sozinha, era bem pesada de abrir o que complicava muito as coisas quando eu estava sozinha, etc.

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Imagem: Paula Oliveira - Arquivo Pessoal

Tive a sorte de fazer amigos de vários países que me auxiliaram em absolutamente tudo o que precisei. Além disso, morar no Canadá me fez crescer em vários aspectos. Foi no Canadá que aprendi a ser mais independente, a cuidar de mim mesma, a vencer meus próprios medos.

Mas mais que isso, lá eu aprendi que sou capaz. Que a minha deficiência é apenas um detalhe da minha vida e não o todo e que, na verdade, é por causa dela que preciso me superar a cada novo dia e ir além do que jamais imaginei que pudesse chegar.

Se me perguntarem o que fiz com os limões que recebi da vida, acho que posso dizer que fiz uma bela limonada.

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Se você quer imigrar para o Canadá e não sabe como, conte com a nossa consultoria!

Por Daniela Andrioli

 

Em pouco tempo, percebi que os meses em Vancouver podem ser os melhores da minha vida!

Só faz uma semana. Mas, na minha vida, o Brasil já está bem mais distante que 15 horas de viagem. Em

pouco tempo, já sei que estou diferente. Cabeça nova, ideias novas, conceitos desfeitos, decisões tomadas.

Tudo está caminhando a passos rápidos, que parece que cinco meses serão pouco para viver tudo o que

quero.

 

O primeiro dia na escola também foi meu primeiro dia do metrô, aqui chamado de skytrain. Acostumada a

andar de carro, me peguei correndo para entrar no vagão e não perder a hora do teste. Consegui. Estava

lá, na porta, no horário marcado, pronta para começar. Para agilizar os processos, a escola deixou as

explicações na mão da consuler brasileira. Todas as informações foram passadas em português e, naquela

ânsia por segurança, os brasileiros já se juntaram, formando seu grupos de interesse. Por um lado, foi bom

fazer amigos. Mas, por outro, ficou faltando aquela primeira mistura entre nacionalidades.

A aula mesmo só começou no segundo dia. Inglês das nove às quatro, com pausa de uma hora para o

almoço. Na minha sala da manhã, com foco na comunicação, só dois brasileiros. O resto se divide em

coreanos, japoneses, chineses e árabes. Foi muito bom, logo de cara, ter contato com outras culturas e

costumes. Embora todos tenham pontos de vista tão opostos, todos estão ali com o mesmo objetivo e se

respeitam por isso.

 

Sem tempo para perder, comprei, nesse dia, ingressos para o jogo de hockey. Valeu a pena! Vi Canucks, o

time de Vancouver, ganhar no round extra, e emocionar o estádio. O público, declarou, em coro, a paixão

pelo esporte e deixou até eu, nascida no país do futebol, de boca aberta.

 

Em menos de 72 horas, já havia me familiarizado com a estação, com as ruas, com os bairros. O centro

da cidade não é muito grande, o que facilita para os novatos. Ligada na tomada de turista, visitei a Robson

Street, o Pacific Center, o Wal Mart, Stanley Park, Gastown, Chinatown, Deep Cove e Cipilano, tudo em

poucos dias. Cheguei, toda a noite, exausta. Foi o tempo de jantar, fazer a tarefa e cair na cama, antes das

nove. Uma prática comum entre os canadenses.

 

Mesmo tendo feitos todos os passeios do mês na mesma semana, ainda tive coragem de reservar meu

sábado para mais um: Whistler. Criada no calor de Bauru, interior de São Paulo, nunca havia visto neve. O

vilarejo, conhecido pelas suas montanhas, me deu de presente essa emoção. Subi de gôndola até o topo e

pude ver tudo coberto de branco. No auge dos meus grande vinte e três, voltei a ser criança.

 

Meus primeiros dias também tiveram espaço para um feriado: thanks given. Não comemorada no Brasil, a

data é uma forma de festejar a temporada da colheita. Na prática, as famílias se reúnem, fazem um farto

jantar e agradecem juntas as conquistas do ano. Na minha homestay, pude ver de perto a comemoração.

Tudo foi tradicional. Treze pessoas numa sala, comida, conversa e muitos abraços.

 

Ainda há muito o ver, o que viver. A saudade bate forte e, às vezes, não tem com segurar o choro. Mas logo

passa. Acordo pensado que o tempo de ser feliz é agora. Depois, quando eu voltar para o Brasil, não adianta

lamentar as oportunidades perdidas, os lugares não visitados, as amizades não feitas. Tudo está correndo

na velocidade da luz e, quer saber, eu gosto assim.

Marcelo Pinheiro compartilha conosco sua história de imigração para o Canadá, onde mora com a família desde 1997. Clique no “play” para ouvir!

Fonte: http://vladcampos.com/destinos/

Por Vania Pacheco

No post anterior,  contei um pouco sobre como surgiu a vontade de viajar e relatei minha

estadia trabalhando como au pair nos Estados Unidos até chegar em Aldergrove, em British

Columbia, Canadá.

 

Depois do tempo em Aldergrove, vi uma oferta de trabalho em Vancouver e li por curiosidade

para indicar a uma amiga. Acabei gostando da oferta e apliquei para a vaga. Deu certo,

entreguei minha notice e demos entrada na LMO para eu pedir um novo work permit. Nesse

meio tempo, fui passar merecidas férias com minha família de Rhode Island, curtindo um

verão de verdade e encarando até o furacão Irene. Voltei para Vancouver e terminei meu

programa de caregiver com essa família. Apliquei para a tão batalhada e esperada residência

permanente e recebi meu open work permit. O processo de residência, que demorava, em

média, oito meses, agora está levando anos, mas pelo menos o governo nos dá o open work

permit, possibilitando sair da vida de caregiver e trabalhar em outra área. Hoje trabalho na área

de contabilidade, estou estudando para conseguir a designação de contadora, o que vai ser

um longo e difícil caminho, mas dificuldade nunca foi empecilho quando se tem um objetivo em

mente, só nos faz dar mais valor à cada conquista.

 

Se me perguntarem se recomendo o live in caregiver, minha pergunta vai ser: você tem outra

opção? Se tiver outra opção, venha por ela. Só use o live in se for a única maneira, o que era

meu caso. Não é fácil morar na casa dos outros por mais de dois anos, ainda mais quando se

morava sozinha antes. E isso porque eu tive ótimos empregadores! Paciência é palavra-chave

para esse programa!

 

Meu sentimento em relação ao Canadá é que, aqui, por ser um país formado por imigrantes em

sua maioria, as oportunidades de sucesso são maiores. A diversidade cultural é muito grande!

Para se ter ideia, no meu trabalho há um iraniano, um indiano, um ucraniano, um canadense,

um italiano e a brasileira que vos escreve, que entrou para substituir um chinês de volta a Hong

Kong. Sinto que aqui eu posso conseguir vitórias através do meu trabalho, sem pessoas me

julgando como uma imigrante do terceiro mundo. Claro que gente ignorante existe em todos os

cantos, mas comparando minha experiência nos EUA e no Canadá, sem dúvida me sinto muito

mais em casa aqui.

 

Sobre Vancouver, foi amor à primeira vista, quando estava no avião, em 2007. Lembro que

comentei com meu amigo que moraria facilmente aqui! Encarei dias de chuva, sol e neve, a

mãe natureza me presenteou com um pouquinho de cada em minha estadia como turista. E

agora, como moradora, só tenho a dizer que eu estava certa! Só troco Vancouver por uma

oportunidade muito boa de trabalho.

 

Vancouver é uma cidade cara para se morar, sim, mas amo ter as montanhas e o mar como

quintal, ter um inverno ameno, apesar da chuva, chuva alias que não me atrapalha em nada e

que deixa tudo verdinho! Ok, eu confesso que acabo tomando vitamina D, mas e daí? Tenho

Stanley Park, Wreck Beach, as montanhas da North Shore, Steveston, Squamish, Whistler,

tudo pertinho! Apaixonei-me por yoga e hockey (Go, Canucks!!!), hiking é minha terapia para

fugir do caos urbano, adotei snowshoeing como esporte de inverno (coordenação motora zero

para esquiar, já tentei mais de uma vez!) e adoro me gabar das belezas daqui para amigos de

outros locais. Porque sim, moro em Beautiful British Columbia e sou feliz por isso.

Claro que não é fácil estar longe da família. Sinto falta deles todos os dias, apesar de nos

falarmos sempre, e o coração sempre aperta quando acontece algo, ruim ou bom, e eu não

estou por perto. Esta é, sem dúvida, a parte que mais pesa, e quando acontece algo e quero

abraçar minha mãe, não é possível. Já choramos muito por telefone. Grande parte de minha

força em aguentar a distância vem dela, que sempre me diz que prefere me ver longe e feliz

do que perto e frustrada. Seria tão bom se pudéssemos ter tudo, mas como diz um ditado aqui

“you can’t have it both ways!”. Escolhas são difíceis de fato e sou grata por minha família me

apoiar. A distância física é grande, mas o amor que temos é maior!

 

Também sinto falta das delícias que temos, mas não morro porque não acho cupuaçu,

jabuticaba ou pizza de frango com catupiry. Como sei cozinhar bem, sem querer me gabar,

nunca falta um arroz com feijão, mousse de maracujá, torta, qualquer coisa gostosa para comer

na minha casa. A gente aprende a adaptar com o que tem disponível e conhece coisas novas

também… (Damn you, poutine, por que você tem que ser tão bom?)

Estar aqui foi uma escolha consciente. E que venha a contagem de tempo para a cidadania,

porque nasci brasileira, mas serei canadense no papel por escolha, porque de coração, já me

sinto uma canuck, e totalmente Vancouverite!

 

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Por Vania Pacheco

Sempre gostei de viajar. Desde a adolescência trabalhava e já tinha meu próprio dinheiro, que era na maior parte destinado à viagens de final de semana para Penedo, Paraty, Rio de Janeiro, Ubatuba, Campos do Jordão, Angra dos Reis… Nada muito longe da minha pacata cidade natal no Vale do Paraíba, perto de São Jose dos Campos. Sempre sonhei com lugares mais distantes, portanto, fazer um curso no exterior era um caminho natural. Mas com que dinheiro, ganhando-se pouco no Brasil?

Em 1998 resolvi que seria possível passar um mês estudando em San Diego. O dólar estava estabilizado, eu tinha uma renda fixa, daria para conciliar com as férias. Imprevistos, no entanto acontecem e, na época, o dólar disparou e eu tive que adiar os planos. O meu espírito “wanderlust” ficou meio adormecido quando entrei na universidade e me graduei em Letras – Português/Inglês, porque não tinha tempo e dinheiro sobrando para viagens. Lecionei algum tempo, mudei-me para o interiorzão do Brasil… Detestei morar em uma cidade que sequer tinha cinema e pensei: é agora ou nunca! Ou eu viajo para o exterior agora, ou não acontece mais.

Pesquisando todas as formas possíveis de se passar uma temporada no exterior, conheci o programa Au Pair, no qual você cuida das crianças de uma família e recebe uma quantia semanal, além de te darem uma certa quantia para cumprir seis créditos em uma faculdade ou universidade. Eu estava na idade limite de 26 anos, tinha a expêriencia necessária por ter feito muitos babysits para os vizinhos e por ter lecionado para adolescentes. Inscrição feita e, pouco tempo depois, eu estava a caminho de Old Greenwich, em Connecticut, uma cidade nos subúrbios de New York. Ser babá nunca foi minha profissão dos sonhos, mas sim um meio de se conseguir viajar de maneira barata, legal e ainda ganhando uns trocados. Claro que gostar de criança era parte fundamental, pois era o foco do trabalho.

Meu inglês já era razoavelmente bom, por isso aceitei trabalhar para uma família de brasileiros, com meus três americaninhos de sotaque carioca. Praticava o inglês no meu tempo livre, na universidade ou saindo com os amigos de diversas nacionalidades. Namorar um americano também ajudou demais a vivenciar os costumes locais, aprender sobre futebol americano, baseball e gírias. O programa era de um ano, mas minha expêriencia foi tão boa, que resolvi renovar por mais um (o prazo máximo de permanência no programa são dois anos). Continuei na mesma região, mas depois tive que trocar de família e fui morar em Newport, Rhode Island, cidade mais ou menos a uma hora e meia ao sul de Boston. Foi o local onde mais me identifiquei! Apesar de amar Vancouver, vez ou outra me pego com saudades de lá.

Minha experiência como au pair foi fantástica. Tive oportunidade de conhecer diversos lugares, viajei muito pelos EUA, conheci pessoas maravilhosas, muitas das quais mantenho contato ate hoje. Para se ter ideia, visito “minhas famílias” todos os anos! Morar dois anos fora me fez pensar em muita coisa relacionada ao Brasil. A diferença do poder aquisitivo, a segurança que eu sentia, a educação das pessoas, todos esses fatores contribuíram na minha decisão de não morar mais no Brasil. Mas como?

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Nos EUA eu não poderia ficar legalmente, a menos que eu casasse com meu namorado, o que definitivamente não estava em nossos planos. Comecei a pesquisar todas as possibilidades e descobri o Live in Caregiver, programa criado pelo governo canadense para suprir a falta de profissionais que desejam residir na casa do empregador e cuidar de crianças, idosos ou pessoas portadoras de deficiência. O atrativo para mim foi a possibilidade de se aplicar para residência permanente após dois anos de trabalho. A experiência necessária eu já tinha, graças ao programa Au Pair, então foi um caminho natural. Retornei ao Brasil para rever minha família e investi em encontrar famílias no Canadá.

Minha busca por emprego resultou em propostas absurdas, muitas famílias querendo que eu viesse como turista e trabalhasse de maneira ilegal, ganhando míseros CAD500 por mês, e ainda achavam que estavam me fazendo um favor. Porém, existem famílias que conhecem o programa e fazem tudo de acordo com as regras. Durante meu período nos EUA, eu já tinha visitado o Canadá, fui a Toronto e Vancouver, no inverno, então eu sabia o que esperar. Meu foco estava em famílias da área de Toronto, pois tenho parentes por lá e ficaria fácil para visitar meus amigos no eixo Boston-New York.

Entretanto, o destino quis me trazer para British Columbia! Uma família de Aldergrove me contatou, conversamos e achei que seríamos um bom match. Eu já conhecia Vancouver, pesquisei sobre Aldergrove, que parecia um meio do nada (e de fato é!), mas encarei o desafio.

Dei a entrada no processo e pouco depois de um mês, meu visto foi aprovado. Embarquei na minha aventura canadense dia 18 de Janeiro de 2010, com duas malas, uma mochila, uma cabeça cheia de objetivos e um coração apertado em deixar minha família para trás mais uma vez.

Morei um ano e meio em Aldergrove, em uma fazenda, onde eu tinha que andar 40 minutos até o ponto de ônibus mais próximo, encarar 1h de ônibus mais 45 minutos de skytrain até Vancouver. Muitos finais de semana acordei às 5h da manhã para ir às aulas de educação contínua, pois eu não queria esperar até terminar o programa para me preparar para o mercado de trabalho canadense. Me voluntariei para empresas nas quais acredito nas causas e que também contribuíram para meu currículo. Comprei meu próprio carro quando chegou o outono, pois ninguém merece andar na chuva por 40 minutos, e continuei minha saga de passar os finais de semana em Vancouver, dessa vez motorizada.

No próximo post, contarei um pouco mais sobre como foi o meu primeiro contato com Vancouver e minha paixão à primeira vista pela cidade.

Por Daniela Andrioli

Depois de mais de 15 horas de viagem, passei sem problemas pela imigração e, finalmente, cheguei no friozinho do Canadá.

Meu fuso horário ainda está confuso. A cabeça também dói um pouco por causa da viagem. Mas, enfim, cheguei no meu sonho canadense. Agora serão cinco meses aqui, estudando, conhecendo, vivendo momentos únicos, que ficarão pra sempre na memória.

Meu voo de São Paulo saiu às oito da noite. Por segurança, cheguei no aeroporto às quatro. Mesmo já tendo pesado minha mala, resolvi pesá-la novamente antes do check-in. Surpresa: 34.8kg! Queria pagar pelo extra, mas o funcionário do aeroporto deixou claro que nenhuma companhia levaria mais do que os 32 permitidos. Foi aquela correria! Abre mala, tira o excesso, pesa de novo. A bota foi parar na mala de mão, o pijama roxo não coube, a agenda de 2014 ficou realmente para o próximo ano... No fim, 31kg e sucesso no check-in.

Depois de despachar a bagagem, segui para o próximo passo: as despedidas. Sim, só são cinco meses. Mas, para mim, tempo suficiente para saudade sufocar. Depois de abraçar forte pai, mãe, namorado e melhor amiga, entrei na sala de embarque com lágrimas nos olhos, disposta a encontrar um cantinho para poder organizar o pensamento.

Enquanto todos conversavam, eu chorava. Só fiz amizade na hora de entrar no avião. Uma boa pedida para quem está viajando sozinha e não conhece o destino. Conversamos sobre a escala em Toronto, sobre a chegada em Vancouver, sobre a homestay. Fiquei mais calma.

A viagem até o aeroporto Pearson foi longa. Dez horas numa poltrona desconfortável. Da próxima vez, com certeza, vou adicionar uma almofada para pescoço na mochila. E uma caneta. Na hora de preencher o formulário de imigração, não tinha nenhuma em mãos. Peguei emprestada uma da aeromoça, que deixou claro que eu deveria ser rápida, já que havia mais gente precisando. Enfim, depois de uma noite tumultuada, desci em Toronto mais tranquila, principalmente por ter passado pela primeira parte da viagem.

Escolhi para viajar um casaco com bolsos, ótimo para guardar passaporte, celular, documentos... Então, tudo estava fácil na hora de passar pela imigração. Pediram minha carta de aceitação da escola e a passagem de volta para o Brasil. Tudo ok. Resultado: seis meses de permanência no país.

Estava com muitas dúvidas sobre a troca de esteiras. Mas, ao chegar para pegar minha bagagem, percebi que o processo era intuitivo. Pega daqui, passa por lá e despacha para Vancouver. Consegui fazer tudo isso em meia hora e, logo depois, fui para o portão de embarque.

Foram mais cinco horas de voo desconfortável. Nada de livros, nada de fones. Esse último até vendia no serviço de bordo, mas acabei deixando passar. Tentei dormir mais um pouco, mas a ansiedade não deixava. Só consegui descansar por uma hora.

Já no destino final, encontrei minha hostmother com a placa com meu nome. Respirei fundo, tudo estava dando certo. Mais dez minutos e consegui ver minha mala, linda e pronta, esperando  a nova vida que estava por vir.

Ainda não conheci a escola, nem tampouco a cidade. Mas, nessas 48 horas canadenses, tenho certeza que todo esforço vale a pena. E que toda lágrima seca depois de um bom aprendizado.

 

Escolher um destino para seu intercâmbio nem sempre é uma tarefa fácil. São tantos países, tantas opções de cursos, culturas diferentes, que você nem sabe por onde começar. Mas uma hora é preciso decidir para onde ir, certo?

Feito isso, o próximo passo é escolher onde morar no país que você preferiu para seu intercâmbio, e aí pinta aquela dúvida: Morar em homestay ou alugar um apartamento?

Para começar...

O que é homestay?

Em muitos países é comum famílias receberem estudantes em suas casas, através de programas e incentivos do governo, e no Canadá não poderia ser diferente.

Mas como assim, vou morar na casa de uma família que eu nem conheço? É seguro?

Fique tranquilo, pois como é um programa monitorado pelo governo e pelas escolas de intercâmbio, todas as famílias indicadas pelas escolas terão as condições necessárias para sua hospedagem durante sua estada no Canadá.

A primeira vantagem de morar em homestay, é que você será obrigado a falar inglês, ou seja, a casa acaba sendo um exercício diário para o intercambista.

Além disso, você poderá vivenciar os hábitos e cultura de uma família canadense, o que pode agregar muito na sua bagagem.

É comum em uma única casa morar mais de um estudante de intercâmbio, mas não se preocupe, você terá seu quarto privativo, tendo que compartilhar com os demais moradores, o banheiro e cozinhas e outras dependências da casa.

Assim como você tem regras na escola, também terá em seu homestay, mas no geral são para a segurança da casa e para a do próprio intercambista.

Outra vantagem é a alimentação. Em muitos programas de intercâmbio você pode escolher entre 2 ou 3 refeições por dia:

Agora, vamos supor que você não queira morar com outra família, que você quer ter seu próprio lugar.

Quais as opções?

Diferente do Brasil alugar apartamento no Canadá não é tão burocrático, justamente por ser um país que recebe imigrantes constantemente. E você poderá alugar por períodos curtos se precisar.

Poxa que legal! Então compensa mais apartamento?

Depende do que você quer. A vantagem de morar em um apartamento é que você não precisa dar tanta satisfação de onde está, com quem e a que horas volta, como em homestay. Você terá a possibilidade de procurar por bairros próximos dos centros comerciais ou perto da escola onde irá estudar, pois normalmente, as famílias moram longe do centro e você precisa de mais de uma condução para chegar até a escola.

Outra vantagem é poder receber os amigos a qualquer hora e não se preocupar tanto com o barulho, apenas com as regras do prédio, mas são menos rígidas que no Brasil. E os apartamentos já vem equipados com geladeira, fogão e alguns com máquina de lavar.

Em relação à alimentação, você ira precisar se organizar bem, pois tudo irá depender de você. Então para àqueles que têm receio de não se adaptar à dieta canadense, poderá preparar seu próprio cardápio.

Ok, mas e os custos?

Em média, sua hospedagem em homestay pode ficar entre $650 a $800 por mês, depende do número de refeições diárias (2 ou 3). Já apartamentos, entre bachelor, que são apartamentos com cozinha, 1 banheiro e sem quartos, até apartamentos de 1 ou 2 quartos, pode sair entre $800 a $1.600 (Esse valor pode variar de acordo com a cidade e/ou província).

Depois de seis meses de espera, as malas estão prontas para uma nova vida!

Dia quatro de outubro. Esse é o dia. Saio de São Paulo, faço escala em Toronto e, finalmente, chego em Vancouver, lugar que será minha casa por cinco meses. Esses últimos dias no Brasil estão sendo de despedida, chororô e muita emoção. Alguns desavisados, logo falam: “Como assim, decidiu do nada ir para o Canadá?”. Não, definitivamente, não foi do nada. Essa história começou há quase seis meses, quando respirei fundo e decidi que estava disposta a virar minha rotina do avesso para fazer um intercâmbio.

Desde de quando entrei na faculdade, em 2009, já havia decidido que, quando me formasse, queria passar um tempo fora do país. Foi em dezembro do ano passado, depois de quatro anos de espera e ralação, que dei adeus à vida de universitária e decidi que queria levantar voo. Deixei as festas de finais de ano passarem, e só em fevereiro comecei a pesquisar algumas coisas sobre o intercâmbio. A ideia, entretanto, era viajar apenas em julho, então, não tive pressa em procurar uma agência. Pobre engano. Hoje percebe que, quando antes você planeja, mais tempo você tem para acertar as coisas que dão errado no meio do caminho.

Minha primeira visita a agência de intercâmbio foi em abril. Entre as pesquisas que já havia feito, o Canadá era o primeiro em minha lista de preferências. Mas, mesmo assim, quis ver outras opções. Entre elas, Inglaterra, Estados Unidos e Austrália. A decisão, porém, foi feita através do orçamento. No Canadá, era possível estudar mais horas com menor investimento.

Além disso, havia o programa de estudo e trabalho que, em seis meses, você estuda, obrigatoriamente, os três primeiros e pode trabalhar nos três restantes.

Achei que o processo de decisão até a data da viagem seria rápido. Porém, descobri que o visto para o Canadá demorava até 30 dias úteis para ficar pronto. Além disso, no meu caso, também havia outro problema. Estava com o passaporte vencido e a fila de agendamento na minha cidade estava com espera de um mês. Tive que esperar. Foi só em meados de maio, com o passaporte em mãos, que fechei o contrato.

Decidi pelos cursos de inglês e social mídia, que somavam cinco meses, decidi não optar pelo programa de estudo e trabalho e sim apenas pelo de estudo.

Antes de dar entrada no meu visto canadense, optei em também tirar o americano, já que valia a pena tê-lo para poder viajar. Nessa época, já havia marcado o embarque para sete de setembro. Estava com as datas justas. Para ajudar, tive mudanças no meu agendamento no Consulado Americano devido a greve geral que estava sendo anunciada em São Paulo. O tempo foi ficando mais apertado e, juntamente com a agência de viagem, decidi trocar a data de embarque.

Com uma entrevista tranquila, consegui o visto americano. Para agilizar, já havia separado todos os documentos para dar entrada ao canadense. Faltava apenas a carta de estudo da escola, já que havia trocado as datas. Mas era julho, época de férias, e a carta demorou cerca de três semanas para chegar.

Mais um atraso. Meu passaporte com o visto canadense só retornou na segunda semana de setembro. Foi difícil driblar o nervosismo nesse tempo. Com passagem comprada e cumprindo aviso prévio no trabalho, não queria mudar novamente meu embarque. Mas deu tempo.

Hoje estou aqui, acertando os últimos detalhes, arrumando as malas, abraçando forte as pessoas que amo. Sei que estou pronta para soltar as amarras e aproveitar os momentos que estão por vir. Entretanto, os medos agora são outros: do aeroporto, da imigração, das primeiras semanas em um país estranho... Da próxima vez que estiver escrevendo, provavelmente, já estarei numa nova casa, enfrentando um friozinho, e com muitas novidades sobre essa aventura!

Por Daniela Andrioli

Saiu do Brasil (sem conexão nos EUA), chegou ao aeroporto de destino no Canadá e não sabe muito bem como proceder na alfândega, no preenchimento dos formulários ou retirada das bagagens? Preparamos um passo a passo para você que fará sua primeira viagem ou até mesmo para você que já viajou, e se perde com todos os processos durante o percurso. Caso você faça escala nos EUA, leia este post.
 
O Check-in
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Tudo começa com o Check-in. Programe-se para chegar ao aeroporto no mínimo duas horas antes do horário do seu embarque para não perder o voo e evitar imprevistos. Procure o balcão da sua companhia aérea e tenha em mãos seu passaporte e as malas a serem despachadas. Para voos internacionais, cada passageiro poderá despachar apenas duas malas com até 32 kg cada. Lembre-se que você tem direito a levar uma mala de mão, mas atenção, as dimensões da mala não devem ultrapassar a soma de 115 cm (comprimento + altura + largura), pesando até 10kg*.
Os itens autorizados para levar na bagagem de mão são restritos. Não é permitido transportar objetos cortantes ou perfurantes, e no caso dos líquidos, todos devem estar em frascos de até 100ml, dentro de uma embalagem de material plástico*.
Malas despachadas e bagagem de mão devidamente autorizada, você receberá os bilhetes aéreos dos trechos da sua viagem e também será notificado sobre o portão de embarque, horário de decolagem do seu voo e o assento na aeronave.
*Para mais informações, busque o site da sua companhia aérea, pois os termos e condições podem variar.
 
O Embarque

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Feito isso, dirija-se ao Terminal de Embarque Internacional com o seu bilhete aéreo e o passaporte em mãos, e se prepare para a triagem da Polícia Federal, no caso do Brasil. Tire os casacos, cinto, calçados, relógio e acessórios de metal e coloque-os na bandeja que passará pelo raio-x. Caso esteja levando um notebook, não se esqueça de tirá-lo da bagagem de mão e colocá-lo também em uma bandeja separadamente.
Assim que passar pelo raio-x, você deverá ir até a Sala de Embarque e procurar o portão de embarque, indicado no seu bilhete. Não se preocupe, pois em todos os aeroportos os portões são bem sinalizados e caso tenha dúvidas com relação ao local de embarque, funcionários do aeroporto estarão presentes na entrada dos portões que poderão te auxiliar. Tenha em mãos seu passaporte e bilhete aéreo para entrar na aeronave. Acomode sua bagagem de mão no compartimento indicado, aperte os cintos e boa viagem!
 
O Voo
Durante o voo você receberá um formulário da Imigração canadense que deverá ser preenchido com seus dados.
MODELO (Voos diretos: Brasil-Canadá).

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Uma dica, leve um bom livro, revista ou aquele passatempo, pois a viagem é longa!
 
A Imigração Canadense

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Antes de sair do Terminal de Bagagens, você deverá passar pela Imigração Canadense. Nessa etapa tenha em mãos o seu passaporte, a carta de aceitação da escola, endereço e contato da sua residência no Canadá e os demais documentos que comprovem o motivo da sua estadia no país.
Ao chegar ao guichê da Imigração, o Oficial fará algumas perguntas, como: Qual o motivo da sua viagem ao Canadá? Quanto tempo você irá permanecer no País? Qual a quantia de dinheiro disponível para sua estadia? Quem irá oferecer suporte financeiro à você? Entre outras.
Caso você não tenha o domínio do inglês, fique tranquilo! A Imigração dispõe de oficiais que falam português.
 
Terminal de Bagagens

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Ao sair da imigração, vá para a Baggage Claim Area (Terminal de Bagagens) e veja nos letreiros qual o número da esteira onde sua mala estará disponível para retirada. Utilize os carrinhos de bagagem, que estão espalhados por todo o terminal. Vale lembrar que alguns aeroportos cobram por esse serviço.
É importante que ainda no aeroporto você confira seus pertences dentro da mala e caso tenha qualquer imprevisto, dirija-se imediatamente ao balcão da segurança e explique o ocorrido. Se você precisar acessar a internet, saiba que alguns terminais, como o Aeroporto Internacional de Vancouver (YVR), possuem sinal Wi-fi disponível para todos os passageiros.
Na saída do Terminal, você deverá apresentar a declaração preenchida durante o voo. Em alguns casos, antes de sair do aeroporto, os fiscais ainda podem pedir para inspecionar suas bagagens. Se os fiscais não solicitarem para verificar suas malas, você estará pronto para disfrutar sua estadia no Canadá!
Se você quer imigrar para o Canadá e não sabe como, conte com a nossa consultoria!
 

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