Em 6 de maio foi publicado um artigo no site de notícias Business Insider anunciando que a Suíça irá realizar uma votação no mês de junho a respeito de um assunto que continua sendo bastante polêmico: a adoção de um sistema de universal basic income, ou renda básica.
O que é a renda básica, e o que esse conceito tem a ver com o Canadá e com os temas que geralmente são discutidos quando falamos em imigração?
A renda básica, um termo que também e conhecido como “renda básica universal”, é uma forma de sistema de segurança social no qual todos os cidadãos de uma determinada região ou país têm direito a uma quantia determinada, seja por mês ou por ano, como uma renda básica propriamente dita. Essa renda básica seria incondicional, ou seja, não estaria atrelada a restrições ou ‘poréns’. Seria um direito universal do cidadão. A isso, claro, seria somado o salário ou demais rendimentos provenientes de outras fontes, como trabalho, aluguéis, lucros provenientes de empresas e investimentos, apenas para citar alguns.
Muitos dos defensores da renda básica universal partem do princípio de que uma grande quantidade de atividades que hoje geram empregos serão feitas por robôs num futuro muito próximo, fazendo com que a quantidade de empregos diminua. Ainda outra questão surge quando levamos em conta outro argumento a favor da renda básica, que é o seguinte: tendo uma renda garantida e não precisando se preocupar com um emprego do qual não se gosta muito pela simples razão de que é preciso garantir a renda, as pessoas teriam muito mais liberdade para se concentrarem em tarefas que realmente são significativas, tanto para elas mesmas quanto para a sociedade como um todo. Dessa forma, as pessoas teriam mais tempo para se dedicarem a inovações em várias áreas, potencialmente também gerando mais empregos e novas ideias para a economia.
Do outro lado da equação, no entanto, é fato que não existem muitas pesquisas empíricas que examinem ao certo o que aconteceria em uma sociedade se uma renda básica fosse implementada. E permanece a dúvida: o que de fato aconteceria se de repente todos os cidadãos tivessem uma renda mensal garantida, incondicional?
O que esse assunto tem a ver com o Canadá?
O jornal The Globe and Mail publicou uma matéria em abril deste ano comentando a respeito de como a ideia de uma renda básica seria recebida no Canadá. O assunto, que continua sendo polêmico em vários países ao redor do mundo, também gera muita curiosidade em termos de como a renda básica afetaria o estilo de vida das pessoas e também a economia como um todo.
Basicamente, o objetivo do universal basic income seria o de oferecer a cada canadense ou a cada residência uma renda fixa de base, independentemente de qual emprego ou qual status a pessoa em questão possui na sociedade (a renda básica tampouco dependeria de fatores como classe social; seria um direito de todo cidadão). Alguns críticos, no entanto, levantam a preocupação de que a inflação poderá crescer para acompanhar a maior renda total das pessoas, e sugerem que existem maneiras mais fáceis para oferecer segurança financeira para a população, como, por exemplo, aumentando o salário mínimo e fazendo com que o sistema de arrecadação de impostos esteja mais adequado com as necessidades do país ou da região em cada momento da economia.
De qualquer forma, uma renda universal traz consigo o benefício de permitir que os cidadãos tenham mais liberdade para inovar, já que as necessidades primordiais, que são alimentação e moradia, não seriam mais uma preocupação. Dessa forma, um fazendeiro teria liberdade de experimentar uma safra diferente sem precisar se preocupar com eventuais contratempos se a colheita não for das melhores. Seguindo a mesma linha de raciocínio, mais pessoas poderiam estudar e ir em busca de maiores qualificações, eventualmente também contribuindo com pesquisas científicas sobre assuntos inovadores, que podem fazer com que a sociedade como um todo evolua em um tempo relativamente pequeno.
Uma pesquisa de opinião realizada em Ontário mostrou que o governo da província parece apoiar a ideia. Os prefeitos de Calgary e Edmonton também se mostraram interessados no assunto, mas é preciso ter em mente que o Canadá no momento não tem nenhum plano concreto para implementar uma renda básica no país como um todo.
De acordo com o que mostram as pesquisas, caso uma renda básica seja implementada, é muito provável que a quantia total seja consideada baixa, porém seria alta o suficiente para melhorar a qualidade da vida das pessoas que se encontrem próximas à linha da pobreza. Também seria o suficiente para que estudantes possam terminar seus estudos sem se endividarem, e para que casais com filhos pequenos possam aproveitar a possibilidade de que um fique em casa cuidando das crianças enquanto o outro trabalha.
No caso da Suíça, se o referendo for aprovado, cada cidadão teria direito a ganhar 2.500 francos suíços por mês, o equivalente a cerca de 3.318 dólares canadenses (ou cerca de 9.055 reais). Isso, é claro, para um país conhecido por seu custo de vida relativamente alto. É de se esperar que caso outros países estabeleçam uma renda básica, os valores sejam diferentes, estando sempre de acordo com as necessidades econômicas de cada região.
A maior preocupação dos especialistas é que os cidadãos dos países em questão podem acabar não revolucionando a própria economia, não criando novas iniciativas ou novas maneiras de fazer as coisas, já que essencialmente receberiam um salário para não trabalharem. É por isso que a criação de empregos pelos governos continua sendo a estratégia preferida dos críticos à renda básica.
Outro detalhe importante que merece ser mencionado é que em países onde a questão da renda básica foi discutida, a ideia por trás era usar esse valor como substituição para todos os demais benefícios já oferecidos pelos governos. E essa é uma ideia que, a princípio, não parece ser muito favorável para o público, principalmente no caso dos canadenses, que contam com uma intrincada rede de benefícios.
Basic Income Canada Network
Fundada em 2008, o Basic Income Canada Network é uma organização voluntária, sem fins lucrativos e sem afiliações políticas, mas afiliada a uma outra organização conhecida como Basic Income Earth Network, de destaque mundial. O objetivo da organização é promover diálogo público construtivo e com informações fidedignas a respeito do assunto polêmico da renda básica, focando, é claro, no Canadá.
A organização possui quatro frentes, que são inter-relacionadas:
Um pouco de história
Segundo o Basic Income Canada Network, uma forma especial de renda básica foi estabelecida no Canadá em 1967, com uma renda fixa mensal para os idosos. Logo depois, em 1971, foi lançado o Croll Report, um relatório do senado a respeito da pobreza no Canadá, sendo que a renda básica foi recomendada como uma solução viável para o problema.
A renda universal também parece ser uma solução bastante favorável para os territórios canadenses: Yukon, Northwest Territories e Nunavut. Um fato que nem sempre é de conhecimento geral do público é que os territórios do Canadá possuem um custo de vida muito alto em comparação ao custo de vida das cidades do sul do país, e as opções de trabalho e carreira não são tão amplas quanto no sul.
A diferença se faz sentir principalmente nos preços dos itens alimentícios. Segundo a prefeita de Iqaluit, em Nunavut, Mary Wilman, o salário mínimo no território é próximo ao salário mínimo de Ontário, porém, enquanto o preço para 4 litros de leite em Ontário é $3.99, em Iqaluit chega a $12. Segundo ela, a economia baseada em um salário mínimo funciona para o estilo de vida nas regiões do sul do Canadá.
Quanto aos empregos nas regiões do norte, muitos são formas tradicionais de caça e pesca, uma vez que a maioria das indústrias está no sul. Por conta da falta de uma rede básica de suporte financeiro, muitos dos trabalhadores do norte não têm como arcar com os gastos referentes a suas profissões, como, por exemplo, gastos com snowmobiles, gasolina, armas para caça, barcos, ferramentas.
Em Whitehorse a siuação é semelhante. O prefeito da cidade, que fica no território do Yukon, diz que a maioria de seus residentes trabalha em 2 ou 3 empregos apenas para conseguir pagar as contas de casa, e muitas pessoas contam com ajuda de amigos e familiares na questão financeira.
A maioria dos moradores dos territórios do norte do Canadá contam com algum tipo de welfare, ou seja, assitência social ou auxílio financeiro. Mesmo assim, o argumento mais forte é que esse auxílio nem sempre é suficiente. Os territórios parecem concordar que o estabelecimento de projetos pilotos com foco no estudo das consequências sociais e econômicas de uma possível implementação da renda básica seria necessário para estabelecer a sua viabilidade.
Basic Income em Ontário
De acordo com uma matéria publicada em março pelo jornal Huffington Post, o governo de Ontário está realmente considerando estabelecer um programa piloto para a avaliação da renda básica como solução para driblar as questões que surgem da inequalidade econômica.
4 em cada 10 respondentes de uma pesquisa de opinião dizem aprovar a implementação de uma forma de renda básica para a população. 33% da população permanece contrária à ideia. Mesmo assim, a quantidade de pessoas que aprova a ideia em 2016 (41%) é significativamente maior do que era em 2012 (com apenas 27% de aprovação), o que significa que a ideia está germinando bastante na província e parecendo cada vez mais convidativa para os canadenses.
O fator que permanece como quesito central para a indecisão e a contrariedade do público de Ontário é a falta de pesquisas que provem que é de fato uma boa ideia substituir os programas de assistência social já existentes por um cheque mensal distribuído para cada cidadão.
Ainda não se sabe quanto o projeto piloto vai custar nem onde será implementado. Ainda assim, já é sabido que o projeto piloto faz parte do orçamento para a província. Carles Sousa, o ministro das finanças, diz que o projeto será usado para determinar a viabilidade da implementação da renda básica em toda a província no futuro.
Fontes de pesquisa:
Basic Income Canada Network
Guaranteed annual income is a second-best solution to inequality
Approval For Basic Income Jumps In Ontario
Quem já visitou o Canadá e já foi passear em um parque canadense talvez já tenha levado uma buzinada de um ou mais ciclistas passando a toda velocidade pela ciclovia. Passeando pela cidade, você viu uma cena diferente do que vemos no Brasil: ciclistas pedalando na rua mesmo, entre os carros, e - o mais impressionante de tudo - sem que os carros estejam buzinando ou contornando o ciclista em questão com manobras perigosas. Aí você pensa: como assim? O que acontece no Canadá que os ciclistas podem ir e vir como bem entendem?
A bicicleta como meio de transporte
Em muitas cidades do Canadá, da mesma forma como funciona para muitos lugares nos Estados Unidos, o terreno é plano, sem muitas subidas ou descidas como temos no Brasil. Dessa forma, andar de bicicleta fica fácil... a não ser na neve, é claro.
As principais cidades canadenses têm vários séculos de história; Toronto, por exemplo, quando ainda se chamava Town of York no século 18, era composta por apenas 10 quadras, ou quarteirões, que hoje formam a parte da cidade que é conhecida como Old Town Neighbourhood. E é dessa época que vem o conceito que muitas cidades canadenses trazem da colonização europeia: quadras pequenas (no centro da cidade) e com muitas opções de comércio a apenas alguns passos de distância umas das outras, e também a apenas algumas quadras de regiões residenciais. O mesmo ocorre com Vancouver, em que a parte central, ou downtown Vancouver propriamente dita, é tão compacta que é possível andar de Yaletown até Waterfront ou até West End em pouco mais de 20 minutos a um passo confortável.
Bicicletas são popularmente conhecidas como meios de transporte também na Europa, onde as cidades também tendem a ser compactas, seguindo a evolução do planejamento original de ruas e bairros, o mesmo planejamento que, em séculos anteriores, foi especialmente projetado para facilitar o ir e vir das pessoas em um mundo onde não existiam carros. Então a cultura da bicicleta como transporte já vem dessa época, estando presente nos dias de hoje depois de ter passado por um período crítico no meio do século passado - quando sobreviveu à chegada dos carros em grande escala - e é interessante observar como isso é retratado em alguns filmes que foram lançados recentemente: A Teoria de Tudo e O Jogo da Imitação, por exemplo.
Levando tudo isso em consideração, e também tendo em mente que as ruas no centro das cidades costumam ser mais estreitas, e que os estacionamentos costumam ser consideravelmente mais caros do que em regiões mais afastadas, podemos entender o porquê de a bicicleta ser um meio de transporte tão apreciado por aqui.
Outro ponto a favor das bicicletas é que os canadenses em geral costumam ser muito antenados com o meio ambiente. Prova disso são os esforços que o primeiro-ministro Justin Trudeau tem feito quanto a estabelecer planos para o Canadá na luta contra a mudança climática. Quem prefere ir para o trabalho de bicicleta usa menos o carro. Menos carros nas ruas = menos poluição. Andar de bicicleta também é um ótimo exercício físico, e muitos locais de trabalho no Canadá possuem vestiários (seja do escritório ou do prédio) que podem ser usados para um banho rápido e uma troca de roupa. Muitos escritórios e prédios comerciais também possuem armários especiais para guardar bicicletas.
As regras de trânsito para os ciclistas
O Canadá é repleto de ciclovias e ciclofaixas. Como regra geral, ciclovias são “ruas” especialmente construídas para bicicletas, que contam com algum tipo de separação física entre as pistas para pedestres nos parques ou as calçadas nas cidades, e também entre as ruas destinadas aos carros. Já ciclofaixas são delimitadas por pinturas na pista que é “compartilhada” com os carros. Embora sejam apenas pintadas, as ciclofaixas são respeitadas por aqui. Motoristas “invadem” as ciclofaixas apenas quando pretendem fazer uma curva na próxima esquina e precisam atravessar a ciclofaixa para chegar à pista da direita. Sim, nem sempre as ciclofaixas são a última coisa que acontece à direita da pista.
No Canadá bicicletas são consideradas veículos de transporte, estando na mesma categoria que os carros e as motos. Portanto, em algumas cidades chega a ser ilegal andar de bicicleta nas calçadas, como é o caso de Vancouver. Bicicletas devem ter o seu lugar na rua, juntamente com os demais veículos. As regras de trânsito variam de cidade para cidade, mas não muito: em Vancouver é obrigatório usar capacete, em Toronto não (desde que você tenha mais de 18 anos, caso contrário é obrigatório). Em todos os lugares as bicicletas devem ficar à direita dos carros, e devem viajar na mesma direção que o restante do trágefo.
Caso queira entender melhor como funciona as regras de transito para os ciclistas no Brasil, clique aqui.
BC
Em British Columbia, o governo da província oferece o Bike Sense, um manual especialmente destinado a todo mundo que pretende andar de bicicleta por aqui. Também é destinado aos motoristas que querem entender melhor como funcionam as leis e o que é certo ou errado em termos de condutas no trânsito.
BC possui um ato de lei conhecido como Motor Vehicle Act que diz que os ciclistas têm os mesmos direitos e deveres que os motoristas.
O Bike Sense possui não somente informações a respeito de leis de trânsito e de código de conduta, mas também informações a respeito dos diferentes tipos de bicicleta existentes, das partes que formam uma bicicleta e, como se não bastasse, informações sobre como verificar as condições das partes da sua bicicleta.
Sobre o uso de capacetes, trata-se de um assunto polêmico, com muitas pessoas defendendo sua importância, e também com muitas pessoas desejando que o uso fosse opcional. Mas fatos são fatos: além de ser lei, andar em meio aos carros pode ser perigoso. Você como ciclista pode não estar em uma velocidade tão alta, mas se um motorista perder o controle do carro ou se você for atingido em um acidente, ou então se você cair da bicicleta em direção aos carros, o capacete pode sim fazer a diferença, salvando a sua vida ou prevenindo contra ferimentos que podem deixar sequelas irreparáveis. Os capacetes em BC devem ser apropriados para o uso por ciclistas, ou seja, não pode ser um capacete qualquer. Eles podem ser comprados ou alugados em qualquer loja que venda ou alugue artigos para bicicletas, incluindo os grandes supermercados.
Para andar à noite, os ciclistas devem obrigatoriamente instalar luzes abaixo do celim e na frente do guidão. Do ponto de vista de um carro, um ciclista é um objeto pequeno, então quanto mais chamativo ele for (inclusive é encorajado o uso de refletores e de roupas com cores fortes e coletes com material reflexivo), mais seguro estará, fazendo com que os motoristas o vejam e desviem dele com a devida antecedência.
Algumas coisas que são proibidas para os ciclistas em BC:
Curiosidades:
Ontário
O governo de Ontário disponibiliza para os seus ciclistas um guia chamado Cycling Skills, que contém tudo o que os ciclistas precisam saber a respeito de leis, deveres e direitos.
Toronto, em particular, conta com um serviço que os Vancouverites talvez não vejam por um bom tempo ainda: os bicycle renting stands. Como não é obrigatório usar capacetes por lá, algumas empresas oferecem esse serviço em que as bicicletas, todas iguais, ficam presas a um suporte em um lugar público, geralmente perto de um parque. Você escolhe quanto tempo deseja pedalar, paga com cartão de crédito, e uma das bicicletas será liberada para você. E pronto, é só começar a pedalar. O legal é que a bicicleta que você alugou pode ser devolvida em qualquer renting stand da mesma companhia, desde que haja um espaço para ela. Isso não é viável em Vancouver por conta da lei sobre a obrigatoriedade dos capacetes em BC. Dito isso, é possível alugar bicicletas em várias lojas especializadas.
Capacetes são obrigatórios para os ciclistas de Ontário que têm menos de 18 anos de idade. A multa para quem não usa é de $75.
O guia Cycling Skills de Ontário fornece informações sobre como calcular as dimensões da bicicleta, logo na primeira página. Para quem não conhece muito sobre o assunto, bicicletas vêm em vários tamanhos, não sendo somente o tamanho “criança” e o tamanho “adulto”. Assim, é preciso levar em conta a altura de quem pedala para se ter uma bicicleta que seja confortável tanto para as pernas quanto para os braços, e também para as costas. Isso tudo é possível ajustar, fazendo modificações na altura do celim e no tipo de guidão, por exemplo, mas o primeiro passo é conseguir uma bike com o quadro do tamanho certo.
Quanto às regras propriamente ditas, vale o mesmo para todas as regiões do Canadá: bicicletas vão à direita das pistas dos carros, e é preciso fazer sinal com os braços sempre que for fazer uma curva ou parar. Para pedalar à noite, é preciso ter luzes e refletores instalados na bike.
Curiosidades:
Para saber mais algumas curiosidades e informações interessantes sobre o Canadá, leia o nosso texto Imigrando para o Canadá: Adaptação!
Transporte público - Parte 1
As sugestões de pauta são sempre bem-vindas! Para atender aos pedidos e mais uma vez para ajudar principalmente quem está de olho em todos os custos de morar aqui em Toronto, o tema é o “Toronto Transit Commission”, o famoso TTC. Trata-se do sistema de transporte público que inclui a metrô (subway), ônibus (bus) e ainda o streetcar, um bondinho elétrico antigo e muito charmoso, que possui também uma versão moderna que circula em algumas rotas locais.
Em qualquer lugar que chegamos a regra de ouro é: quanto mais você andar na cidade, menos perdido vai ficar, certo? Portanto, para dar uma mãozinha na hora de se localizar melhor e entender um pouco mais sobre as direções, o TTC disponibiliza mapas impressos que ficam espalhados nos vagões do metrô. O pequeno guia gratuito é super útil e fácil de carregar na bolsa.
Dundas, Dufferin, Don Mills, Kennedy. Veja abaixo as linhas disponíveis em Toronto, identificadas por quatro cores, e vá se familiarizando com os nomes das estações e sentidos:
Conforme o mapa do metrô vale notar que se uma pessoa marcar um encontro na estação Lawrence, por exemplo, é preciso saber se é a West (linha amarela), East (linha azul) ou somente a Lawrence (linha amarela). Em algumas ocasiões os nomes se repetem de acordo com a região da cidade em que estão.
Vamos falar de “Metropass”
Por um valor fixo é possível comprar o “Metropass”, que como citei em outra matéria sempre brinco que ele é o passaporte da alegria. Com este cartão o passageiro pode utilizar os meios de transportes durante 24 horas, os sete dias da semana, exatamente do primeiro ao último dia do mês. Existem preços diferenciados, entre eles as categorias classificadas como Adulto, Estudante e Sênior. Há ainda o chamado “Metropass Vip” cuja tarifa é um pouco menor que o preço regular, pois é voltado para as empresas que compram uma quantidade maior.
Dá para também garantir o transporte por um ano economizando alguns dólares ao comprar junto ao TTC o pacote “Metropass Discount Plan”. Para quem ficar na cidade por uma semana, por exemplo, tem como uma boa alternativa adquirir o “Weekly pass”, ou seja, um cartão que pode ser utilizado durante o período dos sete dias.
Ah! Outra opção é o “Day pass”, que é um bilhete que você compra e tem o direito de usar por um dia inteiro, de forma ilimitada. E nos finais de semana e feriados há uma vantagem adicional, pois esse passe é compartilhado por dois adultos, ou um adulto e não mais de 5 jovens de 19 anos de idade ou menos; ou dois adultos e não mais de quatro jovens de 19 anos ou menos. Vale informar que crianças até 12 anos de idade não paga passagem.
Token e viagem fora da cidade
O “token” é uma moedinha minúscula, que equivale a uma passagem e quando comprado a partir de três unidades o passageiro pagará um preço menor. A pessoa que utiliza “token” e precisa se deslocar usando mais de um meio de transporte, não pode se esquece de pegar um “transfer” nas máquinas vermelhas que ficam no metrô, ou um ticket com o motorista de ônibus ao embarcar. Desta forma ao acessar a próxima condução, apresentando um desses comprovantes, não precisa ter que pagar de novo se estiver dentro do intervalo de duas horas.
Se você está em Toronto e pretende conhecer as atrações da região metropolitana usando o transporte coletivo, uma opção é o “GTA Weekly Pass”. Com ele você pode cruzar os limites das cidades que compõe a GTA (Great Toronto Area) sem ter que pagar um valor adicional cobrado de quem não tem esse bilhete.
Já o “Presto” é um cartão pré-pago que pode ser carregado e utilizado em estações de metrô e nos streetcars, para pagar as passagens. O sistema é aquele de “tap”, em que basta encostar em um terminal que o valor automaticamente é debitado. Cada vez mais está sendo implantado esse método de pagamento nas estações e rotas de ônibus.
Aplicativos e preços
Por aqui existem alguns aplicativos que facilitam a vida dos passageiros e é possível saber com exatidão o momento em que um dos transportes do TTC vai passar. Assim, para conferir o itinerário, entres as alternativas estão o “Rocket Man Transit”, o “Transit Now Toronto” e o “TTC mobile” (horários dos ônibus e dos streetcars).
E com essa diversidade de cartões e diferentes tarifas, é bom pesquisar sempre a que melhor atende de acordo com o período de estadia. Se for pagar em dinheiro no ônibus ou streetcar, o valor a ser colocado na caixinha que fica ao lado do motorista deve ser a quantia exata da passagem (não tem troco e nem cobrador!).
Para se ter uma ideia o “Metropass” regular, o de adulto, custa $141,50 dólares canadenses, enquanto o de estudante $112,00 CAD (o direito à compra nesta categoria depende da escola/curso), considerando o mês de abril de 2016.
Aproveite para conferir neste link todos os valores e mais detalhes das regras do sistema TTC atualizadas:
https://www.ttc.ca/Fares_and_passes/Prices/index.jsp.
Em breve, você saberá mais curiosidades sobre o funcionamento do transporte público por aqui... aguarde a segunda parte da matéria!
Muitas das pessoas que desejam imigrar para o Canadá já têm uma família formada, muitas vezes com filhos ainda pequenos, e por isso escolhemos para o texto de hoje o tema “subsídio para o daycare”.
Quem acompanha o nosso blog deve ter visto algumas matérias semelhantes que postamos um tempo atrás, como a parte 1 e a parte 2 do texto sobre o daycare no Canadá, falando sobre como funciona o processo nas províncias de BC, Alberta, Manitoba e Ontário. Mas faltou falarmos com maiores detalhes sobre como funciona o processo do subsídio do governo para o país como um todo: quais programas de subsídio existem? Quem tem direito a eles? Vamos ver a seguir!
Os programas do governo canadense
O Canadá divide as responsabilidades de governo entre o governo federal e as províncias do país. Na prática, isso significa que, embora existam leis que governem o país como um todo, cada província conta com certa liberdade para criar suas próprias leis, e também programas de imigração, como os PNPs. Seguindo essa lógica, as leis que governam os benefícios também funcionam da mesma forma: existem leis que se aplicam para o Canadá como um todo, e existem leis que são diferentes de acordo com a província.
A respeito das leis canadenses, existem alguns programas diferentes que oferecem benefícios para famílias com crianças, incluindo subsídio para o daycare. Vamos conhecer mais a fundo cada um deles a seguir.
Canada Child Tax Benefit
Também conhecido como CCTB, o Canada Child Tax Benefit se trata de um valor mensal, não estando sujeito a impostos, que algumas famílias com crianças pequenas (crianças e adolescentes menores de 18 anos de idade) podem ter direito a receber. Para terem direito ao benefício, as famílias devem realizar o seu tax return todos os anos, respeitando o prazo estipulado.
Como uma categoria, o CCTB pode incluir:
Para ser elegível, é preciso que os pais ou o guardião legal obedeçam a todas as seguintes condições:
No caso de pais separados ou em casos em que ambos possuem a guarda da criança, desde que seja comprovado que a criança more com ambos os pais em um regime regular de dias ou semanas alternadas, cada pai terá direito a receber 50% do valor total do benefício.
É possível aplicar para o benefício logo após o nascimento da criança, logo após a criança passar a morar com o pai que realiza a aplicação (em casos de pais separados, seguindo a regra delineada logo acima), se o pai tem guarda compartilhada, ou então a partir do momento em que um dos pais se enquadra nos quesitos de eligibilidade dos quais falamos logo acima.
Existe, no entanto, uma diferença conhecida como base year versus benefit year, ou seja, o ano-calendário de base sobre o qual a quantia de benefícios é calculada não é o mesmo ano-calendário em que a pessoa (ou a família) irá receber o benefício. Isso se dá pela questão da diferença provocada pelo prazo de entrega do tax return canadense. Dessa forma, um benefício calculado sobre o ano de 2014, por exemplo, será recebido somente a partir de julho de 2015, já que o prazo para o tax return referente a 2014 é final de abril de 2015, e esse valor irá continuar sendo depositado até junho de 2016, já que no mês seguinte, ou seja, julho de 2016, passará a ser depositado o valor calculado referente ao ano-calendário fiscal de 2015.
Quanto aos valores, estes são calculados da seguinte forma:
O benefício básico é de $122.58 por mês para cada criança menor de 18 anos de idade. Para crianças em Alberta, no entanto, o valor varia entre $113.08 (para crianças menores de 7 anos de idade) e $143.16 (para adolescentes entre 16 e 17 anos de idade). Para famílias com mais filhos, os demais filhos terão direito a $8.58 adicionais por mês (por criança) sobre o benefício já mencionado. Na prática, famílias com filho único ou então com dois filhos poderão receber $122.58 por mês, por filho. Famílias com três ou mais filhos poderão receber $122.58 para cada filho, mais $8.58 correspondentes ao terceiro filho (caso haja um quarto ou um quinto filho, cada um deles também irá receber $8.58).
Famílias cuja renda conjunta totaliza ou supera o valor anual de $44,701 terão diminuições proporcionais em seus benefícios, que serão de 2% sobre o valor que estiver além do mínimo estipulado (ou seja, $44,701). Para famílias com duas ou mais crianças, o valor a ser descontado será de 4%.
Para o National Child Benefit Supplement, os valores são (em dólares canadenses):
Na prática, famílias com filho único podem receber $189.91 por mês. Famílias com dois filhos podem receber $357.91 ($189.91 para o primeiro filho e $168.00 para o segundo filho), e assim por diante.
Além disso, para famílias com filho único, haverá redução de 12.2% nos benefícios para famílias cuja renda conjunta supere o valor mínimo estipulado de $26,021. Para famílias com duas crianças, o valor a ser reduzido será de 23% , e 33.3% para famílias com três ou mais filhos.
Para o Child Disability Benefit, desde que a família se encaixe nos requisitos necessários para o programa, sobre o qual falamos logo acima em nosso texto, poderá ser concedido um valor de no máximo $224.58 por mês para cada criança elegível. Esse valor começará a sofrer reduções no momento em que a renda familiar conjunta ultrapassar $44,701 ao ano.
Universal Child Care Benefit
O UCCB, como é conhecido o programa do governo federal, foi introduzido no Canadá em 2006 e se trata de um taxable benefit, ou seja, está sujeito a impostos. No dia 1 de janeiro de 2015 o UCCB passou por uma reavaliação durante a qual foi inserido um novo benefício destinado a crianças e adolescentes dos 6 aos 17 anos de idade. Além disso, os pagamentos mensais para crianças menores de 6 anos de idade foram aumentados.
De acordo com a mudança proposta, famílias que obedecerem aos requisitos terão direito a receber $160 por mês por cada filho menor de 6 anos de idade. De acordo com o que era praticado até então, a família poderia receber somente $100 por mês para cada filho. Além disso, a proposta oferece um aumento de $60 por mês (sobre o benefício como era praticado até então) para cada filho com idade entre 6 e 17 anos de idade.
Subsídios por província
Alberta Family Employment Tax Credit
Trata-se de um valor não sujeito a taxas e pago para famílias que possuem filhos menores de 18 anos de idade. A quantia do benefício é dividia em dois pagamentos, realizados em janeiro de julho. Famílias podem ter direito aos seguintes valores:
A quantia máxima que uma família terá direito a receber será equivalente a $1,987 ou então 8% da renda familiar que for maior do que $2,760, sendo que irá prevalecer como cálculo para o benefício aquele valor que for menor. Além disso, se a renda familiar conjunta for superior a $36,778, o benefício sofrerá redução de 4%.
BC Early Childhood Tax Benefit e BC Family Bonus
A província de British Columbia oferece dois tipos diferentes de benefícios. Ambos são isentos de impostos, sendo que o BC Early Childhood Tax Benefit é destinado a crianças menores de 6 anos de idade, e o valor referente é combinado ao valor do CCTB (Canada Child Tax Benefit). O benefício será calculado com base no número de crianças e também com base na renda conjunta da família.
O BC Family Bonus é destinado a famílias de baixa renda com filhos menores de 18 anos de idade. O valor do benefício também é combinado ao valor do CCTB, e o cálculo se dá da mesma maneira que o anterior, através do número de filhos e da renda familiar conjunta.
No mais, ambos os programas são 100% financiados pela província de British Columbia.
Ontario Child Benefit
Assim como os programas de BC, o Ontario Child Benefit é destinado a famílias de baixa renda, e o valor mensal é combinado ao valor mensal referente ao CCTB. O benefício máximo oferecido pela província de Ontário é de $111.33 por mês para cada criança menor de 18 anos de idade. Se a renda familiar for superior a $20,400, poderá haver redução no valor a receber como benefício. O programa é completamente financiado pela província de Ontário.
Fonte principal de pesquisa:
Canada Child Benefits, uma publicação do governo do Canadá referente aos benefícios a serem recebidos no período de julho de 2015 a junho de 2016.
Quer saber mais sobre imigrar com a família para o Canadá? Confira o nosso texto sobre esse assunto:
Quero imigrar para o Canadá com a família! Como funciona?
Quando pensamos em beleza natural, logo nos vêm à cabeça os países mais tropicais, aquelas paisagens paradisíacas de sol e mar, a mata virgem intocada, fauna e flora em perfeita harmonia. Um país frio como o Canadá certamente não é o cenário ideal para os amantes da vida ao ar-livre, certo? Errado!
O Canadá tem sim paisagens de tirar o fôlego, áreas verdes lindíssimas, reservas florestais de cair o queixo. Aqui a cultura da consciência ambiental é bem forte, e isso se traduz na preservação da vegetação natural e da fauna nativa em diversas partes do país.
Não é à toa que acampar durante o verão é uma das atividades preferidas dos canadenses, principalmente aqui em Alberta, uma região abençoada pelas belíssimas Rocky Mountains. A pouco mais de três horas de carro de Edmonton, as Rockies — que engloba as cidades de Jasper e Banff, entre outras — são só uma das opções para quem quer curtir um refúgio longe do centro urbano. Só cuidado com a vida selvagem! Afinal, o habitat é deles, nós é que somos os invasores. Todos que decidem explorar as montanhas (ou qualquer reserva natural) são orientados a não se aproximar dos animais (principalmente dos maiores, como os ursos e alces), não oferecer comida e claro, não poluir o ambiente. Dá para todo mundo conviver em paz, basta respeitar o espaço.
Outra alternativa, ainda mais perto, é o Elk Island National Park, a menos de uma hora de carro do centro de Edmonton. A reserva nacional é lar de diversos animais, como bisões e castores, que vivem em paz num ambiente lindo e super preservado, circulando livremente pelo parque. Cercado de lagos e trilhas, a Elk Island é o típico passeio perfeito para a família ou amigos num dia de sol em que você só quer fugir do estresse do dia a dia. O lugar também conta com áreas para picnic, banheiro e estacionamentos, além de oferecer mapas na entrada e dicas para observar os animais. Ah, e você ainda pode alugar uma canoa para explorar os lagos da região!
Mas na verdade, você nem precisa sair de Edmonton para ficar assim pertinho da natureza. Nós também temos dezenas de parques lindíssimos, com áreas verdes enormes e maravilhosas para ninguém botar defeito.
Aqui, depois que a neve vai embora e as temperaturas começam a esquentar, todo mundo corre para aproveitar as atividades ao ar livre. É a chamada “picnic season”, época de colocar os lanchinhos na bolsa e explorar os parques da cidade — todos com áreas específicas para picnic, com mesinhas e churrasqueira espalhadas pela grama.
A minha região preferida é, de longe, o River Valley. Todo o entorno do Rio Saskatchewan, que cruza Edmonton, é composto de uma vegetação estupenda, é um verde lindo de doer, que não acaba mais. Com trilhas para trekking e pistas para caminhada, o lugar é muito bom para ser aproveitado a pé, ou então sobre rodas, como em bicicletas, patins, skate ou até segway! O segway é uma espécie de patinete motorizado, e, durante o verão, uma empresa local oferece tours pelo River Valley usando o sistema de transporte. Uma maneira diferente e bem bacana de conhecer tudo que essa área tem para oferecer.
E olha, o lugar é grande, viu? Tão grande que o nosso River Valley, aliás, é o maior parque urbano de todo o Canadá, com 160 quilômetros de extensão. Ele é formado por 20 parques menores que envolvem as duas margens do rio.
E um desses parques que fazem parte do River Valley é o Mill Creek Ravine, outro lugar que é paixão à primeira vista para qualquer um que decida explorá-lo. Enorme, o Mill Creek é ótimo para se afastar do barulho da cidade sem precisar ir muito longe (afinal, ele faz parte do complexo do River Valley, bem no coração de Edmonton). Dá para se perder lá dentro, fazendo as trilhas na mata fechada, passeando com o cachorro nas áreas off leash (ou seja, áreas onde é permitido andar com seus filhos peludos sem que eles precisem estar presos à guia) ou simplesmente meditando em silêncio, curtindo a paz que um lugar como esse proporciona.
Nunca em toda a minha vida eu me vi tão cercada de verde quanto aqui no Canadá. E eu tenho certeza de que você, amigo leitor, quando vier para cá, vai sentir a mesma coisa.
Falamos muito em programas de imigração focados em 4 províncias que, conforme as estatísticas a respeito da imigração para o Canadá - e também conforme a nossa experiência nesses mais de 10 anos trabalhando com consultoria de imigração - são as províncias mais procuradas pelos futuros imigrantes: Ontário, British Columbia, Alberta e Manitoba.
O Express Entry, desde a sua implementação em janeiro de 2015, continua sendo o programa de imigração mais procurado pelas pessoas que desejam embarcar na aventura de imigrar para o Canadá. Em seguno lugar vêm os PNPs, os programas de imigração projetados de acordo com as necessidades de mão de obra de cada província.
Se você ainda não leu os nossos textos sobre os Provincial Nominee Programs, siga estes links para a Parte 1 e a Parte 2, em que escrevemos sobre os programas destinados a atrair imigrantes qualificados para fortalecer a economia de cada província.
Quem conhece com mais detalhes o mapa do Canadá, no entanto, não deixa de se perguntar: como funcionam os processos de imigração para as províncias e territórios menos conhecidos do Canadá?
É verdade que o país possui 10 províncias e 3 territórios, e também é verdade que as grandes cidades canadenses estão localizadas mais ou menos próximo à divisa com os Estados Unidos - é também próximo à divisa que vivem cerca de 4/5 da população canadense - tanto por uma questão econômica quanto por uma questão bastante simples: o clima! Não é nenhum segredo que o clima canadense é muito mais rigoroso em regiões mais ao norte do país, sendo que essas regiões, como o território de Nunavut, são as menos populosas do país.
Nunavut não possui seu próprio Provincial Nominee Program. O território é ao mesmo tempo o mais extenso e o menos populoso de todo o Canadá, sendo também o local onde se encontra Alert, o último povoado permanentemente habitado no norte do mundo: não existe outra cidade ou povoado que fique mais ao norte de Alert.
Vamos então falar um pouco sobre os programas de imigração específicos de algumas províncias menos conhecidas do Canadá:
Newfoundland & Labrador
Prometendo um programa de imigração com processamento mais rápido para trabalhadores qualificados, o Provincial Nominee Program para Newfoundland & Labrador parte do mesmo princípio dos demais PNPs das províncias canadenses: os candidatos à imigração devem ter intenção de morar permanentemente na província, já que o foco de um PNP é atrair imigrantes qualificados que possam contribuir com o desenvolvimento econômico da região.
Para esse programa existem duas categorias: Skilled Worker e International Graduate.
A primeira categoria, destinada a trabalhadores qualificados, é dividida em duas subcategorias: uma é destinada a candidatos que já foram aceitos no pool do Express Entry e que possuem uma oferta de emprego em Newfoundland & Labrador. A outra, simplesmente chamada de Skilled Worker Category, é destinada a quem não está no pool do Express Entry mas tem uma oferta de emprego na província, ou então já está trabalhando na província com um visto de trabalho (work permit) válido.
A categoria International Graduate é destinada àqueles aplicantes que possuem um visto especial conhecido como Post Graduation Work Permit, ou PGWP. Aqui também será preciso possuir uma oferta de emprego de uma empresa que tenha o foco de suas atividades em Newfoundland & Labrador.
Nova Scotia
Diferentemente da província de Newfoundland & Labrador, Nova Scotia possui um PNP que é dividido em 5 categorias. Vamos ver quais são:
1) Entrepreneur: destinado a pessoas com bastante experiência em gerenciamento de empresas, podendo ou não já ter sido donas de uma empresa própria. Os candidatos devem fundar uma empresa ou então comprar uma empresa já existente em Nova Scotia, e participar de seu gerenciamento diariamente. Após gerenciar a empresa por um período de 1 ano, o entrepreneur poderá ser nominado pela província para adquirir o status de residente permanente.
2) International Graduate Entrepreneur: destinado a pessoas que recentemente se formaram em um curso de uma universidade de Nova Scotia ou então do Nova Scotia Community College. Da mesma forma que o programa acima, é preciso que os entrepreneurs aqui tenham comprado ou fundado uma empresa, tendo gerenciado a mesma por um período de 1 ano.
3) Skilled Worker: destinado aos trabalhadores qualificados que possuam competências (skills) necessárias em Nova Scotia. Empregadores podem contratar trabalhadores estrangeiros na província somente quando provarem que não conseguiram preencher a vaga de emprego com candidatos canadenses ou residentes permanentes.
4) Nova Scotia Demand: Express Entry: para candidatos que têm seu perfil cadastrado no Express Entry, a província pode escolher alguns candidatos que possuem experiência profissional adequada para conseguir um emprego em pouco tempo em uma profissão que esteja em demanda na província.
5) Nova Scotia Experience: Express Entry: destinado aos candidatos que possuem experiência de trabalho em Nova Scotia especificamente, em uma ocupação considerada high skilled, ou seja, que exija alto nível de treinamento.
Prince Edward Island
Também chamada de PEI, essa província é conhecida por ser a menor em todo o Canadá, tanto em termos de extensão territorial quanto em termos de população. Visando fortalecer sua economia, Prince Edward Island oferece duas categorias em seu Provincial Nominee Program:
1) Labour Impact: dividida em subcategorias, ou streams, essa categoria é destinada a skilled workers, critical workers, um programa piloto destinado a motoristas de caminhão, profissionais da indústria da hospitalidade, dentre outros, e, por último, international graduates, para recém-graduados que possuam um Post Graduation Work Permit válido.
2) Business Impact: oferecida para candidatos que possam efetivamente investir em e gerenciar uma empresa na província. Existe também a possibilidade de realizar uma parceria com uma empresa já existente, sendo que o candidato à imigração deve possuir 33 1/3% do capital total da empresa.
New Brunswick
Para New Brunswick existem 4 categorias diferentes: a primeira é a nominação através do Express Entry, da mesma forma como acontece para Nova Scotia, e a segunda é destinada a pessoas que têm experiência em gerenciamento de empresas, em um programa semelhante ao de Prince Edward Island. Para New Brunswick, no entanto, é preciso que o candidato tenha 3 anos de experiência em gerenciamento de empresas.
As duas últimas categorias são destinadas aos trabalhadores qualificados (skilled workers), sendo que uma delas permite que o empregador participe do processo oferecendo seu suporte, ou seja, no caso de o candidato possuir uma oferta de emprego genuína e que não possua um prazo determinado, já que é preciso que a vaga de emprego seja permanente.
Por fim, a última categoria é destinada a trabalhadores qualificados que possuem o suporte da família. É preciso possuir um familiar próximo que já seja residente permanente ou cidadão canadense e more em New Brunswick, e também é preciso obedecer a alguns requisitos em termos de educação e experiência de trabalho para ser considerado “empregável” (employable) na província.
Saskatchewan
Situada entre Alberta e Manitoba, Saskatchewan é uma província que faz divisa com os Estados Unidos, e que possui um clima ameno em sua parte mais ao sul. No entanto, por conta de suas características econômicas, nem sempre é muito atraente para os novos imigrantes em larga escala, já que sua economia é baseada principalmente em agricultura, mineração e energia.
Existem 3 categorias diferentes para o Saskatchewan Provincial Nominee Program:
1) International Skilled Worker: da mesma forma como funciona para várias outras províncias, essa categoria é destinada a trabalhadores qualificados que desejam se estabelecer de forma permanente em Saskatchewan.
2) Saskatchewan Experience: uma categoria destinada àqueles candidatos que já possuem experiência de trabalho na província.
3) Entrepreneur and Farm Category: de maneira semelhante ao que acontece com o PNP de Alberta, é um programa para profissionais que têm experiência em gerenciar fazendas, já que Saskatchewan, assim como Alberta, faz parte da região mais rural do país.
Yukon
O território do Yukon é o menor dos 3 territórios canadenses, sendo também aquele que faz divisa com o estado norte-americano do Alasca. O Provincial Nominee Program do Yukon oferece 4 categorias distintas:
1) Skilled Worker: funciona de maneira semelhante aos programas correspondentes em outras províncias, atraindo profissionais qualificados;
2) Express Entry Stream: da mesma forma como ocorre em outras províncias, esse programa é destinados aos candidatos que já possuem seu perfil no pool do Express Entry;
3) Critical Impact Worker: de maneira semelhante ao que acontece em Price Edward Island, esse programa é destinado a trabalhadores cuja ocupação se encaixa nas categorias de NOC C e D. Exemplos: long-haul truck drivers (caminhoneiros) e profissionais da indústria da hospitalidade, como garçons e camareiros.
4) Business Nominee: essa categoria é destinada a candidatos experientes que desejam abrir ou comprar uma empresa em Yukon.
Northwest Territories
O Northwest Territories PNP possui 2 categorias, que são voltadas a profissionais qualificados e a empreendedores.
Da mesma forma como ocorre para províncias já descritas anteriormente, os Northwest Territories possuem um programa (Critical Impact Worker Program) destinado aos profissionais cuja ocupação se encaixa nos NOCs C e D, além do programa destinado a trabalhadores qualificados e do programa que se estende para os candidatos que se encontram no pool do Express Entry.
Para empreendedores, existe um programa para quem quer abrir ou comprar uma empresa no território, e, além desse, os Northwest Territories possuem também um quinto programa, destinado a pessoas autônomas, desde que trabalhem em uma profissão que esteja em demanda no território, possuindo também as devidas certificações e licenças profissionais, se for o caso, para atuar.
Para saber mais sobre os programas de imigração em todas as províncias de língua inglesa do Canadá, entre em contato conosco!
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30 razões para imigrar para o Canadá (Parte I)
“Pelo menos no Brasil nós temos esses luxos” – acreditem ou não, eu já escutei essa frase, e não foi só uma vez. Os tais “luxos” do Brasil que algumas pessoas se referem estão relacionados com uma questão que definitivamente não é mais tão econômica, mas sim de diferença cultural entre Canadá e Brasil.
Não vou entrar na discussão da questão socioeconômica do país e como isso faz com que a geração de certos empregos no Brasil seja necessária. Esse post é para mostrar as diferenças culturais de como os canadenses encaram atividades cotidianas em uma cultura de “faça você mesmo”.
Enquanto no Brasil é muito comum as famílias terceirizarem as tarefas domésticas contratando serviços de faxina ou diaristas, aqui no Canadá a história é outra. Claro que esses mesmos serviços também existem e estão disponíveis para contratação através de empresas especializadas, porém são considerados caros inclusive por famílias de classe média. De acordo com minhas pesquisas de preço, os serviços de faxina aqui em Vancouver variam de $30 à $85 CAD por hora, sendo que muitas empresas estipulam um mínimo de 2 horas ou até 3 horas para contratação do serviço. Normalmente a empresa é responsável por levar todos os produtos que serão utilizados na limpeza da casa, o que acaba sendo mais uma justificativa do alto valor cobrado.
Algum de vocês devem estar agora loucos para me fazer a seguinte pergunta: “e você acha que está barato pagar uma diarista hoje no Brasil? ” Não, não acho, sei que está caro e é exatamente nesse ponto mesmo que quero chegar. É aí que entra a diferença cultural. Parece que nós, brasileiros, acreditamos muito que vale a pena pagar por certos confortos, mesmo que isso custe-nos mais do que poderíamos gastar mensalmente. Já se tornou tão normal pagar por esses serviços que não cogitamos economizar o dinheiro e fazer nós mesmos, como é o pensamento muitos canadenses. Contratar um serviço de faxina no Canadá, é só para quem tem dinheiro sobrando mesmo, o que normalmente não é a realidade de imigrantes recém-chegados ou estudantes internacionais.
Quando digo que essa é uma questão cultural, é porque conseguimos observar outros exemplos da cultura “faça você mesmo” em diversos lugares. Vai abastecer seu carro no posto de gasolina? Nada de ficar esperando dentro do carro enquanto o frentista abastece, limpa seu vidro e ainda traz a maquininha do cartão para você pagar. No Canadá, frentista? Que profissão é essa? Assim como em diversos outros países, aqui você mesmo é o responsável por abastecer seu carro e efetuar o pagamento, muitas vezes sem ao menos ter contato com nenhum funcionário do local.
O mesmo pode acontecer em alguns supermercados e farmácias com o chamado self-checkout, onde você mesmo deve escanear o código de barras das suas compras, empacotá-las e pagar sem ajuda ou supervisão de nenhum funcionário do local. Sempre me pergunto se esse esquema funcionaria no Brasil; será?
E claro que não poderia faltar aqui o exemplo da minha querida Ikea, que nos faz acreditar que somos capazes de qualquer coisa após montar nossos próprios móveis de casa. Não sabe do que eu estou falando? Acesse esse post onde eu conto tudo sobre a Ikea https://www.immi-canada.com/?s=ikea
Agora respondendo aos colegas do discurso “pelo menos no Brasil nós temos esses luxos”, vocês certamente não entenderam nada sobre minha escolha de morar em outro país. A minha busca pessoal não é a busca desse seu “luxo”. Na minha opinião, luxo é ter saúde e educação pública de qualidade. É luxuosíssimo voltar a pé para casa as 2 horas da manhã sem se preocupar em sofrer alguma violência. E é ainda mais luxuoso ver o retorno social dos impostos que são pagos.
Me parece que o custo de esfregar minha privada, empacotar minhas compras e colocar a mão na massa para muitas coisas, é insignificante perto da dignidade que me é oferecida.
Maythê Panar
Falamos bastante sobre programas de imigração, dicas para imigrar e razões para se mudar para o Canadá, então que tal falarmos um pouco sobre as estatísticas a respeito dos imigrantes no país?
Imigrar não é uma tarefa fácil. São meses de planejamento, idas ao banco, ao cartório, à universidade, ao tradutor juramentado… Existe também a questão financeira, a economia que é preciso fazer e o planejamento cuidadoso para que as finanças sejam suficientes para cobrir os gastos iniciais com a nova vida no Canadá: essa situação é comum para todo mundo que decide passar pela aventura maravilhosa que é a imigração. A vida fica mesmo de ponta cabeça durante um tempo, e os primeiros dias no novo país são cheios de entusiasmo, mas também de ansiedade. E é com o intuito de aplacarmos um pouco essa ansiedade que bolamos o texto de hoje, para mostrarmos o que acontece por trás dos panos: quais são as características das pessoas que imigram para o Canadá e… como funcionam as previsões quanto aos salários iniciais dos novos residentes!
Este texto é inteiramente baseado em um documento publicado em fevereiro de 2016 pela Statistics Canada, através da Social Analysis and Modelling Division.
Vamos lá!
A mundança nas características dos imigrantes
As décadas de 1990 e 2000 foram decisivas para reformular o que sabíamos até então a respeito de imigração, incluindo tanto as regras sobre a imigração para o Canadá quanto as estatísticas a respeito das características dos imigrantes. Esses dois fatos são relacionados, uma vez que é possível controlar, de certa forma, alguns conjuntos de características da população que entra no país através das mudanças no processo seletivo. Um exemplo disso é o nível educacional. Com cada vez mais programas de imigração exigindo que os candidatos possuam uma certa escolaridade, é natural que o Canadá passe a ter a tendência de atrair imigrantes mais qualificados.
As mudanças realizadas nos requisitos de admissão para os novos imigrantes a partir dos anos 1990 foi realizada em parte para que os novos imigrantes pudessem ser mais bem-sucedidos em seu primeiro emprego em solo canadense, fazendo com que seus salários iniciais fossem também mais atraentes. O termo utilizado pela Statistics Canada para isso é entry earnings, ou seja, o salário recebido pelos novos imigrantes durante os primeiros 2 anos no Canadá.
Sabendo que existem algumas diferenças que fazem com que os imigrantes se destaquem de outras pessoas que buscam emprego, como o domínio da linguagem e alguns costumes culturais, a exigência, por parte do governo canadense, de um maior nível educacional e de maior tempo de experiência profissional busca atrair para o país imigrantes que sejam competitivos e que possam desde cedo contribuir para a economia e para a sociedade.
E foi exatamente no quesito experiência profissional que a maior mudança aconteceu em termos de características: a partir dos anos 2000, o número de imigrantes que já havia tido experiência de trabalho canadense anteriormente à conquista da residência permanente aumentou drasticamente. Esse aumento foi sentido especialmente em imigrações realizadas através de Provincial Nominee Programs (PNPs) na parte oeste do Canadá.
PNPs são os programas de imigração organizados pelas províncias canadenses a fim de atrair mão de obra que possa fortalecer a economia de cada região, sendo que cada província e território tem liberdade para estabelecer os seus próprios requisitos para atrair os imigrantes que mais terão chances de contribuir para o seu crescimento econômico.
Com experiência de trabalho canadense, o candidato à imigração possui uma vantagem a mais para obter sucesso em sua aplicação, já que sua experiência profissional (e também seu profissionalismo, sua ética, suas tarefas, etc.) pode ser mais facilmente comprovada pelos empregadores no momento de um processo de contratação. Isso, inclusive, é uma característica muito comum por aqui: as empresas que estão considerando contratar um determinado candidato realmente têm o costume de entrar em contato com empresas em que esse candidato trabalhou anteriormente para conhecer um pouco mais a respeito do possível novo funcionário, além de verificar os fatos, como, por exemplo, se o candidato realmente trabalhou lá, exercendo o cargo que diz ter exercido.
Tendências quanto aos salários iniciais
Segundo o estudo realizado pela Statistics Canada, fatores como diferenças nas características dos imigrantes (maior nível educacional e experiência de trabalho canadense prévia) são fatores importantes a serem considerados quando falamos em salários iniciais, porém não podemos esquecer que o sucesso dos novos residentes permanentes também irá depender em grande parte do estado da economia canadense no momento em questão.
No início da década de 2000, por exemplo, o Canadá passou por um período único em sua história em termos dos salários iniciais dos novos imigrantes. O período de recessão econômica nos primeiros anos da década de 2000 foi suave comparado com períodos anteriores, tendo o desemprego aumentado em apenas 1 ponto percentual, comparado ao aumento de 4 pontos percentuais no início das décadas de 80 e 90. Porém, ainda assim os salários iniciais para imigrantes do sexo masculino apresentaram uma queda acentuada, caindo para 17% em geral e 23% para imigrantes com formação universitária. Para as mulheres, os salários iniciais permaneceram constantes durante os anos de 1980, 1990 e 2000.
Além disso, em 2002 os ganhos iniciais dos novos imigrantes com formação universitária não foram considerados significativamente maiores do que os ganhos de novos imigrantes com ensino médio completo. Essa diminuição nos ganhos iniciais se deu em grande parte devido à explosão no setor da tecnologia da informação (TI), sendo que uma grande porcentagem de novos imigrantes trabalhava em ocupações em engenharia e ciência da computação. Esse fenômeno se normalizou no final da década de 2000, quando a expansão da economia canadense fez com que os imigrantes com formação universitária voltassem a ter a tendência de ganhar mais em seus 2 primeiros anos em solo canadense.
Para visualizarmos melhor as diferenças em termos de educação, em 1988 a porcentagem de imigrantes com nível educacional correspondente a menos do que o ensino médio completo era de 17.6% para os homens e 20.1% para as mulheres. Em 2010, esse percentual caiu para apenas 8.2% para os homens e 7.4% para as mulheres. Quando comparamos a quantidade de novos imigrantes com formação universitária (bacharelado) para o mesmo período, podemos perceber um aumento considerável: de 18.6% em 1988 para 32.4% em 2010 para os homens, e de 15.1% em 1988 para 41% em 2010 para as mulheres. As diferenças também são acentuadas quando vemos os números referentes à porcentagem de imigrantes com mestrado ou doutorado, tanto para homens quanto para mulheres.
Províncias e cidades de interesse
A imigração é um fenômeno que afeta a economia do país como um todo, mas não podemos esquecer que existem certas províncias e regiões que são preferidas pelos imigrantes. Essa preferência se dá, dentre outras razões, por conta da existência (ou da probabilidade) de maiores oportunidades de emprego e/ou estudos. E é fato que maiores cidades possuem mais oportunidades de emprego, simplesmente por serem grandes o suficiente para conterem várias empresas e indústrias.
As províncias preferidas pelos novos imigrantes em 2010, que é ano mais recente compreendido pelo estudo realizado pela Statistics Canada, são Ontário, Québec e British Columbia.
Ontário fica em primeiro lugar como a província preferida, sendo escolhida como local de residência por 39.9% dos novos imigrantes, tanto homens quanto mulheres. Em segundo lugar temos Québec, que fica com uma fatia equivalente a 17.85% dos novos imigrantes, e por fim temos BC, com 15.75% dos novos residentes permanentes chegados em 2010 no Canadá. As três províncias juntas somam 73.5% do total dos imigrantes recém-chegados, sendo que o restante é dividido entre as outras províncias e territórios, com ênfase especial para Alberta, com 15.35% dos novos residentes, e para Manitoba, que ficou com 6% dos novos residentes permanentes. Como curiosidade, a província menos preferida pelos novos imigrantes chegados em 2010 é Prince Edward Island, que ficou com apenas 0.2% dos recém-chegados.
De onde vêm os imigrantes
De acordo com os dados disponíveis a respeito dos residentes permanentes que chegaram no Canadá em 2010, a grande maioria dos imigrantes vêm da Ásia, correspondendo a 58% do total. Quanto às regiões específicas do continente asiático, os números variam bastante: para mulheres, é mais comum que os países de origem sejam localizados na parte sudeste do continente (26.3% do total de imigrantes do sexo feminino), enquanto que para os homens a parte sul do continente é mais comum como sendo a região de origem (20.6% dos imigrantes do sexo masculino). Logo em seguida à Ásia está a África, como o continente de onde vieram 13.5% do total dos novos imigrantes em 2010. Caribe, América Central e América do Sul foram agrupados em uma só categoria, sendo responsáveis por 11.6% do total dos novos imigrantes.
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Entenda a diferença entre PR e cidadania
Não é nenhum segredo que o mundo do trabalho está mudando, e o trabalho autônomo está ficando cada vez mais presente na vida das pessoas, tanto no Brasil quanto no restante do mundo.
Até quase o final do século XX a relação das pessoas com o trabalho continuava seguindo a norma imposta até então, e era muito comum ver uma pessoa trabalhando numa mesma empresa por anos a fio, passando por vários cargos ao longo das décadas. O conceito de segurança no emprego era muito forte, e isso tem sido questionado já há muitos anos, como mostra uma reportagem da Folha do ano passado. Com crises econômicas acontecendo e com a globalização que faz com que a economia de vários países se inter-relacione de formas que simplesmente não aconteciam na época dos nossos pais, as pessoas têm cada vez mais tomado para si a tarefa de serem completamente responsáveis pelo próprio trabalho e pela própria renda.
Na categoria das pessoas que são chefes de si mesmas se encaixam os autônomos, também conhecidos como freelancers, e os empresários, por exemplo. Autônomos são pessoas físicas que trabalham por conta própria, não sendo contratadas por nenhuma empresa e tampouco possuindo empresa própria. É bastante comum vermos profissionais autônomos em profissões da área da saúde, como psicologia e fisioterapia, e também em áreas ligadas à tecnologia e mídias digitais, só para citarmos algumas. Já empresários são pessoas que realmente possuem um CNPJ, e podem ou não contratar outras pessoas para trabalhar em sua empresa.
Nós já falamos bastante a respeito da comprovação de renda e de vínculos para vários tipos de vistos e também para a imigração para o Canadá.
Para relembrar, quem pretende ficar no Canadá por um período definido de tempo, como um residente temporário (com visto de turimo, estudo ou trabalho) precisa comprovar que:
Para os residentes permanentes, ou seja, para pessoas que estão em um processo de imigração, não é necessário comprovar vínculos, no sentido explícito de que a intenção de um imigrante (a princípio) não é voltar para o país de origem. Mas mesmo assim ainda será preciso comprovar renda ou uma quantia disponível para arcar com as despesas dos primeiros meses no Canadá, e também será preciso comprovar períodos de experiência de trabalho.
Para quem trabalha como funcionário com carteira assinada em uma empresa, as coisas parecem ser mais simples: basta enviar holerites, cartas de recomendação dos chefes atuais e antigos, e demais documentos que comprovem que o candidato realmente trabalhou na(s) empresa(s) em questão, como contratos de trabalho e declarações, por exemplo.
Mas como funciona essa questão quando se trata de um trabalhador autônomo, ou então de um empresário?
Residência temporária
No caso de pessoas que têm a intenção de residir no Canadá por um período definido de tempo, como é o caso de quem pretende aplicar para um visto de tursimo ou um visto de estudos ou trabalho, por exemplo, será necessário, em primeiro lugar, comprovar a existência de vínculo com o país de origem.
Nunca cansamos de enfatizar que quem terá a palavra final sobre se o seu visto será aprovado ou não será o oficial da imigração canadense que analisar a sua aplicação. Mesmo assim, é muito difícil que um visto seja recusado se o candidato obedecer a todos os requerimentos exigidos pela imigração para o seu tipo de visto.
Sendo assim, a comprovação de vínculo pode ser conseguida através de cartas e declarações que de fato comprovem que você tem laços com o seu país de origem, sendo que os laços mais fortes podem ser considerados trabalho, renda e família.
Em matéria de trabalho, pessoas autônomas podem comprovar o vínculo com a apresentação de declarações de prestação de serviços que realizam atualmente, demonstrados através de cartas de clientes e/ou empresas que receberam os produtos ou serviços do profissional, e de notas fiscais emitidas, por exemplo. Além disso, é possível dar foco ao desenvolvimento de carreira na carta de intenção do college ou da universidade. Dessa forma, mencionar que o curso irá contribuir para o desenvolvimento profissional quando o candidato voltar para o país de origem pode ser considerado um ponto positivo para a aprovação do visto.
No caso dos empresários, a questão da comprovação de vínculos pode ser resolvida com a apresentação do contrato social ou CNPJ e também de um documento do contador comprovando que a empresa está ativa e que possui rendimentos.
Em matéria de família, a questão pode ser delicada. Afinal, não basta ter parentes espalhados pelo país de origem com os quais o candidato nem sempre tem contato. Os familiares precisam ter um grau significativo de relacionamento com o candidato, como é o caso de cônjuge e filhos.
Outros meios para a comprovação de vínculo podem ser documentos que comprovem que o candidato possui obrigações financeiras e/ou fiscais com o país de origem, como é o caso de quem possui uma casa ou um apartamento próprio.
Residência permanente
No caso da residência permanente, a questão não é tão forte no sentido de comprovação de vínculos, já que, pela própria natureza da aplicação, considera-se que não há intenção de voltar para o país de origem. Aqui, no entanto, a comprovação da experiência profissional pode ser um fator chave para o sucesso da aplicação, principalmente em programas de imigração que concedem vários pontos para o quesito carreira, como o Express Entry.
Mas a comprovação de experiência de trabalho nem sempre é tão clara para os autônomos como é para os trabalhadores que são contratados por uma empresa. Mesmo que os procedimentos não sejam sempre claros, não significa que não sejam possíveis. No caso dos autônomos, a comprovação de experiência profissional pode se dar por meio de declarações de clientes e/ou empresas que recebem os serviços do profissional, e também pode se dar por meio de cartas de colegas e/ou professores que possam atestar quanto à atuação daquele profissonal, comprovando que trabalhou naquela função autônoma durante um certo período de tempo, exercendo um certo conjunto de atividades.
No caso dos empresários, a apresentação de um CNPJ pode facilitar um pouco as coisas, mas é preciso tomar cuidado para que o relacionamento com a empresa no Brasil não seja considerado um laço muito forte que possa, ao olhos do oficial da imigração, ser um obstáculo para a conquista da tão sonhada residência permanente. Portanto, ao imigrar, é preciso deixar claros os planos para que a empresa seja assumida por outra pessoa, ou então sobre como o candidato pretende conduzir os negócios uma vez que pretende imigrar para o Canadá.
Programas para trabalhadores autônomos
Para quem tem interesse em trabalhar como autônomo no Canadá, o país oferece recursos bem interessantes que podem incluir workshops, palestras, aulas e programas de mentorship, ou aconselhamento e orientação oferecidos por um profissional mais experiente que faz as vezes de um tutor.
Um exemplo desses serviços é o FuturPreneur Canada, que oferece uma série de programas que podem ser mais ou menos adequados às necessidades de cada novo entrepreneur. Um desses programas é dedicado exclusivamente a imigrantes, desde que possuam entre 18 e 39 anos de idade e estejam no Canadá por um período inferior a 60 meses. Isso equivale a 5 anos, então os “futurpreneurs” contam com bastante tempo para planejar suas aventuras. Os recursos disponíveis são vários: aperfeiçoamento do plano de negócios, mentoring, financiamento (que pode variar seu limite máximo de 15.000 a 45.000 dólares canadenses), além de oportunidades de networking.
Existem também vários outros programas destinados a fornecer recursos para empreendedores e profissionais autônomos. Estamos falando do S.U.C.C.E.S.S. e da YMCA de British Columbia, por exemplo, e também dos Small Business Enterprise Centres de Ontário.
O Canada Business Network é um site que oferece uma série de informações, dicas e recursos para quem pretende começar uma empresa no país, e tem até mesmo informações específicas por área de atuação, como Food Truck, Restaurant and Catering e Women Entrepreneurs, para citar algumas.
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Você sabe o que é o Labour Market Impact Assessment (LMIA)?
Vancouver é uma cidade muito admirada por imigrantes do mundo inteiro, principalmente por brasileiros. O motivo? Além de ter vários treats adorados por nós, Vancouver é a cidade canadense que tem as temperaturas mais amenas ao redor do ano: praticamente não tem neve no inverno e conta com os verões mais agradáveis do país. Para quem gosta de passear, as opções são infinitas: montanhas, praias, campos, e também Seattle ali do lado. Em termos de cultura, Vancouverites são um povo muito mais aberto e amigável se compararmos com as outras grandes cidades do Canadá, como Toronto, por exemplo, e isso segundo os próprios canadenses. Outro detalhe: a sede da Immi Canada fica em Vancouver, bem no coração da cidade!
Com todos esses benefícios, Vancouver pode ser facilmente considerada por nós como a cidade mais tranquila em termos de adaptação. Falando em adaptação, existem alguns fatores que são chave nesse processo. E um deles é a conquista de um bom emprego. Não precisamos ler nenhum artigo científico para saber que a conquista de um trabalho e a segurança representada por ganhar um salário todo mês são fatores importantes para a nossa felicidade, certo?
Então como será o mercado de trabalho em Vancouver? Quão difícil ou quão fácil é conseguir um emprego por aqui? Existem serviços para imigrantes ou workshops para quem está em busca de um emprego? Se essas são as suas dúvidas, este texto é para você!
Trends & Outlook
Em primeiro lugar, quando falamos de mercado de trabalho estamos obrigatoriamente falando de trends, ou seja, tendências que podem ser previstas ou acompanhadas como um resultado de vários fatores, dentre eles mudanças na economia mundial e nacional. Fatores específicos de cada região também contam muitos pontos nesse aspecto, e um exemplo disso é Alberta. Com a crise na indústria do petróleo, a província que contratava muitos trabalhadores internacionais para suprir a sua necessidade de mão de obra hoje está ainda se recuperando e reavaliando suas prioridades, o que significa que as contratações não estão passando por um momento muito bom por lá. Isso é só um exemplo de um trend a que o job seeker precisa ficar atento, principalmente se se trata de um futuro job seeker, como é o caso do futuro imigrante que ainda está no Brasil e está começando a planejar a sua vida no Canadá, escolhendo quais as cidades que paracem mais propícias e convidativas para morar. Nesse aspecto, ter uma boa ideia a respeito do mercado de trabalho é um ponto essencial na pesquisa para a imigração.
O WorkBC é um site desenvolvido pelo governo da província de British Columbia para ajudar job seekers e também empredagores a compreenderem mais a respeito da economia da região e também das profissões e carreiras existentes no mercado hoje. O site oferece também várias ferramentas para quem está em busca de emprego (ou de definir uma carreira), e vamos falar sobre isso mais para a frente.
A respeito da economia da província, de acordo com o WorkBC, British Columbia está crescendo cada vez mais no setor de gás natural liquefeito (GNL ou LNG na sigla em inglês), e também está focando muito em pequenas empresas, que representam cerca de 4/5 do total dos empregos existentes por aqui. Algumas indústrias apresentam oportunidades muito boas, como tecnologia (particularmente mídias digitais e tecnologia focada no meio ambiente) e ciências da saúde. Indústrias mais tradicionais, como a indústria de recursos naturais, esperam também crescer com o advento de inovações. Além disso, a indústria do varejo apresenta boas perspectivas na província, sendo Vancouver um excelente polo para todas essas profissões.
O WorkBC também lançou um documento a respeito das perspectivas para o mercado de trabalho que compreende uma década: de 2014 até 2024. O BC Labour Market Outlook 2014-2024 está disponível em várias línguas, incluindo o português. De acordo com o relatório, 935.000 empregos serão gerados nesses dez anos, ou melhor, já estão sendo gerados. Destes, 640.000 são considerados substituições ou reposições (replacements), ou seja, pessoas que se aposentam e cedem suas vagas a profissionais mais jovens, e os outros 295.000 serão gerados por conta do crescimento econômico. Do outro lado da equação, a demanda está sendo calculada em termos de 940.000 novos trabalhadores, o que faz com que o cenário como um todo seja balanceado e estável, já que temos crescimento dos dois lados.
Quanto à educação, o relatório prevê que uma grande parte dos novos empregos que estão sendo gerados (42%) irão exigir treinamento prático (apprenticeship) ou a conclusão de um college na área de atuação. 36% dos novos empregos irão exigir nível universitário e/ou experiência de trabalho significativa. Quando colocamos esses números lado a lado, estamos falando de 78% de novos empregos que irão exigir algum tipo de educação pós-média (post-secondary education). É uma maioria significativa. Apenas 18% dos empregos irão exigir ensino médio e/ou treinamento específico para a função. E 4% irão exigir um nível educacional abaixo do ensino médio. Portanto, educação (particularmente educação canadense) deve ser um fator decisivo no planejamento do job seeker desses 10 anos.
Por que particularmente educação canadense? Primeiro, é importante enfatizar que isso não é uma regra! Mas pode ser bastante benéfico para se conseguir um emprego, principalmente no caso de profissões em que o candidato não tem um portfolio repleto de renderings para provar a sua competência. Para um empregador canadense, ver o nome de uma universidade ou college que ele reconhece pode significar pontos a mais para o candidato. Além disso, o candidato irá aprender muito mais a respeito da profissão como é praticada por aqui. E todas as profissões podem contar com diferenças pequenas ou grandes, desde trabalhos em escritório até trabalhos em hospitais.
O BC Labour Market Outlook também leva em consideração previsões importantes a respeito de estatísticas sobre nascimentos, mortes, pessoas que saem da província para morar em outros lugares dentro ou fora do Canadá, imigrantes e “in-migrantes” como são chamadas as pessoas que já estão no Canadá e se mudam para BC.
Quanto às profissões que contam com as maiores perspectivas de crescimento, temos em primeiro lugar vendas e serviços, seguida por negócios, finanças e administração. Em terceiro lugar, cargos de gerência (management). “Trades” vêm logo abaixo, e são ocupações como operação de equipamentos, transportes e profissões relacionadas. O setor da saúde gerou cerca de 210.000 novos empregos em 2014, e até 2024 espera-se que a demanda cresça em cerca de 1.9% ao ano.
Quanto às regiões da província que contarão com a maior quantidade de novos empregos, a região de Vancouver (Mainland/Southwest) sai em disparada, com previsão para a geração de 569.500 novos cargos.
Serviços disponíveis para os job seekers
Todos nós já passamos pelo momento de procurar por um emprego. Esse momento pode durar alguns dias, mas geralmente dura várias semanas ou meses. Procurar por um emprego não é uma tarefa fácil, ainda mais quando se está morando em um outro país, ainda aprendendo a respeito da cultura local e procurando se adaptar. Muitas vezes a profissão que você praticava no Brasil não pode ser praticada no Canadá imediatamente, pois, como acontece no caso das profissões regulamentadas, muitas das regras são diferentes por aqui. Você pode precisar de um período maior de treinamento, ou então fazer um mestrado ou um doutorado, e pode ser também que precise conseguir uma licença para a atuação profissional. Durante todo esse tempo, é muito provável que você precise também procurar um emprego fora da sua área de atuação.
Independentemente de qual seja o seu caso, se você está procurando por um emprego a província de BC oferece vários tipos de serviços que podem ser muito benéficos nesse momento. E o melhor: são todos gratuitos!
Através do site do WorkBC é possível encontrar uma série de recursos para ajudar na busca por um bom emprego. Uma das ferramentas mais famosas é o Blueprint Builder que permite que o candidato crie um passo a passo para seguir com o seu planejamento de carreira. Outro serviço muito interessante é o Cost of Living Calculator, que permite que você compare o custo de vida em diversas áreas da província com o salário médio que cada ocupação apresenta.
Ainda no site do WorkBC, é possível pesquisar informações interessantes a respeito do outlook de cada profissão em particular. Os interessados podem pesquisar por nome da ocupação ou NOC, nível educacional e salário, ou então por categorias profissionais. A pesquisa irá levar a uma página detalhada que irá mostrar informações sobre salário, demanda, requisitos e regiões com outlook positivo.
O Career Trek também é um bom site para saber mais sobre carreiras e profissões. O site conta com entrevistas em vídeo com profissionais de diversas áreas e diversas ocupações, que falam sobre o dia a dia da profissão e também sobre os requisitos necessários em termos de educação e experiência profissional.
Existem também alguns serviços presenciais, em formato de workshops e mock interviews (entrevistas de emprego de mentirinha) para que os candidatos a empregos tenham mais experiência e conhecimento na hora de aplicar para vagas e especialmente na hora de participar de entrevistas. Esses serviços são oferecidos pela YWCA Metro Vancouver (não confundir com a YMCA), e também pela YMCA, que conta, dentre outros, com colocação profissional através de estágios para os candidatos que obedecem aos requerimentos dos programas específicos. Além disso, associações especiais para imigrantes, como a Immigrant Services Society of BC oferece também programas especiais para job seekers, focando exclusivamente em recém-chegados.
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