Quando você chega no Canadá tudo é novo. É um país completamente diferente do seu e, por mais que você tenha feito muitas pesquisas, sempre há novas informações e você acaba se deparando com novidades e aprendendo algo todos os dias, das coisas mais simples às mais complexas: coleta de lixo na cidade onde você mora, formas de reciclagem, o que são os 0,10 centavos a mais que você paga quando compra uma garrafa de alguma bebida, como funciona um plano de telefonia, como alugar um imóvel e nesta hora geralmente você se depara com o credit score, ou o histórico de crédito no Canadá.
O recém-chegado em terras canadenses precisa começar o quanto antes a criar este vínculo de gastos e pagamentos com o país para garantir um bom futuro financeiro. Ter linhas de crédito em um lugar que ninguém nunca ouviu falar sobre você e no qual você não tem um passado, é algo bastante difícil. Por isso o caminho deve ser traçado aos poucos e exige, muitas vezes, que você dê garantias às empresas das quais necessita de serviços, como depósitos de segurança e pagamentos antecipados.
O que é credit score?
Resumidamente, é uma pontuação atribuída ao seu comportamento financeiro. Esses pontos começam quando você recebe qualquer linha de crédito em seu nome, que pode ser um cartão, um empréstimo, ou um serviço com pagamentos posteriores e regulares, como uma linha de celular pós paga, serviços de internet fixa e TV à cabo, etc. Ele é uma relação que é estabelecida entre a quantidade de dinheiro que você pega emprestado (ou gasta antecipadamente, como no caso dos cartões de crédito) e o quanto tempo você demora para pagar novamente. A sua pontuação determina o nível de risco para os credores.
Como determinam a pontuação?
Semelhante ao Serasa Experian que temos no Brasil, o Canadá possui duas principais agências de informações de crédito: Equifax e TransUnion. Cada vez que o consumidor usa o cartão ou paga suas contas, as informações sobre estas transações financeiras são enviadas para as agências que cruzam os dados e calculam a pontuação.
Para que ele é usado?
O credit score é o sinônimo da sua vida financeira no país (o sistema é muito semelhante ao dos Estados Unidos). Ele é usado para determinar quanto dinheiro você pode pegar emprestado, como uma garantia de que você vai cumprir com o acordo e pagamentos, no caso de compra de um carro ou hipoteca de uma residência, por exemplo. Ele também pode ser verificado por empresas de cartão de crédito, bancos, companhias telefônicas e, ainda, pelo proprietário de imóveis para determinar se você pode ou não alugar determinado local.
Como fazer para conseguir uma boa pontuação?
Dadas todas estas informações, você deve estar se perguntando como um recém chegado ao país consegue adquirir coisas básicas, já que não possui nenhum registro financeiro ou pontuação aqui. Existem várias dicas para começar e é imprescindível que, assim que a vinda para o Canadá esteja acertada, este planejamento comece o quanto antes.
A primeira coisa a se fazer é abrir uma conta bancária aqui. Hoje o Brasil não possui mais bancos internacionais com presença canadense (o HSBC foi vendido e o Santander só possui uma pequena agência do Santander Tota, que é o banco da filial de Portugal, em Toronto, e de nada adianta aos brasileiros). Ainda assim, há várias possibilidades de abrir uma conta bancária aqui estando ainda no Brasil, mas você só conseguirá ativar a conta indo pessoalmente à sua agência assim que chegar aqui. Os bancos mais conhecidos são: TD Canada Trust, Scotiabank, Bank of Montreal (BMO), HSBC, CIBC e RBC Royal Bank.
Para a abertura, você não precisa ser residente permanente ou cidadão, qualquer estrangeiro pode ter uma conta no Canadá apresentando os documentos solicitados: passaporte com visto válido (visitante, estudante ou trabalho), comprovante de endereço (caso você não esteja ainda no país, quando for ativar a conta precisará levar o documento) e telefone de contato. Geralmente as instituições financeiras não exigem depósito mínimo e existem modelos diferenciados de contas bancárias, inclusive para estudantes.
O cartão de crédito, ao contrário da conta bancária, é uma linha de crédito que demanda um pouco mais de passos caso você seja novo no Canadá. Para ter um cartão aqui você precisa fazer uma aplicação em um banco ou em alguma instituição que forneça o serviço. Não basta somente ter o crédito, para construir um bom histórico é imprescindível que ele seja usado de maneira responsável.
Para facilitar, é indicado que a solicitação seja feita junto à instituição financeira na qual você abriu a conta bancária. Devido à ausência de informações suas ligadas ao país, provavelmente você terá duas alternativas. A primeira delas é que seu cartão de crédito terá um limite baixo (cerca de 500 à mil CAD – dólares canadenses) e conforme você for realizando suas compras e pagamentos em dia seu limite vai crescendo após os seis primeiros meses. A segunda opção é você deixar um depósito de segurança no banco, que geralmente é igual ao valor do limite de crédito que você deseja, pelo período de seis meses. Este valor retorna à você assim que passa o “período probatório”, com a condição de seus gastos estarem devidamente em dia.
Aqui também é bom citar que não é indicado ter vários cartões de crédito. Somente um basta. Isso pelo motivo de que cada vez que você aplica para um cartão a sua pontuação é afetada, pois as instituições financeiras levam em conta o número de verificações. As agências também entendem que o fato de ter vários cartões significa que você é alguém que gasta muito e precisa de muito crédito. Se isso não condisser com a sua renda, sua pontuação ficará extremamente baixa.
Todas as dicas dadas acima de nada valerão se não existir gestão financeira. A chave é sempre pagar o valor total de suas contas e em dia. Se você paga suas faturas antecipadamente a sua pontuação no score é melhor ainda. Quando falamos em contas, não é somente a do cartão de crédito, mas sim as de hydro (energia elétrica), aluguel, telefone, internet, TV a cabo, etc. Depois de um determinado período em atraso, as faturas são entregues, pelos credores, à agências de cobrança, o que afeta de maneira bastante negativa seu histórico.
Não existe problema nenhum em pedir ajuda. É bastante comum os recém chegados não saberem como começar a construir sua história financeira e o banco no qual você abrir a sua conta pode te ajudar a planejar.
Como sei a minha pontuação?
A pontuação é um número que varia de 300 a 900, baseado no seu histórico. Quanto maior for o número, menor o risco que o consumidor representa ao credor. Se você tem 650 pontos ou mais, já é considerado um bom pagador. Qualquer número acima de 750 é considerado excelente. A pontuação menor que 600 é considerada arriscada e, embora não seja impossível obter o financiamento ou o produto, as taxas de juros cobradas podem ser mais elevadas.
Consultando seu score regularmente você pode identificar informações que possam estar incorretas, além de entender o motivo de não ter recebido aprovação em determinada instituição, fazendo com que você reveja ou melhore seus hábitos de consumo.
Uma dica importante é sempre proteger suas informações pessoais e financeiras contra fraudes. Verificar seu crédito score também pode fazer com que você identifique algum comportamento fraudulento.
Para obter seu histórico de crédito de maneira gratuita:
https://www.borrowell.com/free-credit-score/
http://www.equifax.com/ecm/canada/EFXCreditReportRequestForm.pdf
http://www.theglobeandmail.com/globe-investor/personal-finance/home-cents/its-easy-to-get-a-free-credit-report-honest/article1857514/
Fontes:
http://www.consumer.equifax.ca/home/en_ca
https://www.ic.gc.ca/eic/site/oca-bc.nsf/eng/ca02179.html
http://www.fcac-acfc.gc.ca/eng/resources/publications/creditloans/pages/understa-comprend-1.aspx
Carreiras em alta, “cover letter”, O mercado de trabalho canadense tem suas particularidades e demandas específicas. Se você pretende tentar uma oportunidade profissional nesta parte da América do Norte, uma dica importante é acompanhar as divulgações de sites especializados no tema e assim entender mais a respeito de sua dinâmica e como estão os seus números, sempre a partir de dados atualizados, claro!
Desta vez pesquisamos e compartilhamos informações sobre algumas áreas em alta em 2017, bem como dados destacados das seguintes fontes: “Monster Canada”, que atua no segmento de recrutamento, seleção e pesquisas, e a empresa também especializada em recursos humanos, “Randstad Canada”. Vamos lá?
Algumas áreas em alta este ano!
Números atuais indicam que a indústria de tecnologia do Canadá possui 488 mil profissionais de TI atuando nos mais variados campos, que vão desde gerenciamento de projetos até cargos ligados ao desenvolvimento de software, análise de dados e segurança da informação. Os processos seletivos para candidatos a uma das oportunidades na área levam o empregador a esperar cerca de 44 dias, em média, para preencher uma vaga.
Para aqueles que atuam no segmento de Recursos Humanos, saibam que atualmente existem mais de 130 mil profissionais de RH no Canadá. Grande parte dos postos de trabalho para esse público estão concentrados em lugares com grande volume de negócios, como por exemplo, Montreal, Toronto e Ottawa. Em média, os empregadores demoram 41 dias para preencher os postos de trabalho abertas para pessoas deste ramo.
Dados atuais apontam que mais de 675 mil profissionais de finanças e contabilidade vivem no país. Cada vaga aberta está levando aproximadamente 46 dias para ser preenchida pelo candidato ideal, sendo um dado que indica que há um equilíbrio entre as oportunidades de trabalho e os profissionais habilitados do mercado.
A indústria do segmento de logística emprega quase 1,1 milhão de canadenses. Há uma procura constante de trabalhadores de logística em todo o país, no entanto, a necessidade é particularmente concentrada na região central e no oeste do Canadá. Os recrutadores levam em média 55 dias para preencher as vagas da área e o rápido crescimento desta indústria é destaque e garante a previsão de muitos postos abertos em 2017.
Mais dados
Morar em outro país, estudar fora por um tempo, passar um determinado período em um local diferente do que você está acostumado durante toda sua vida, enfim, todos estes sonhos e passos são processos burocráticos e que exigem muito mais do que uma reserva financeira. Eles exigem muita força de vontade, coração e mente abertos, muita pesquisa, paciência, persistência, muito planejamento, uma dose extra de organização, adaptabilidade, mais pesquisa, doses de coragem embrulhadas para viagem e ah, antes que eu me esqueça, mais um pouco de pesquisa.
Segundo dados do Ministério das Relações Exteriores (MRE), cerca de 3,3 milhões de brasileiros vivem no exterior, de maneira permanente ou temporária. O que é preciso ter em mente sempre é que imigrar é mudar completamente de vida, é um recomeço e um renascimento. Como em quase todos os recomeços ou começos, vão existir dificuldades, barreiras e obstáculos que vão precisar ser ultrapassados. O principal deles, e um dos primeiros com o qual o candidato se depara, é a burocracia e quantidade de exigências para a aplicação do visto.
Processo e preparação
O planejamento começa muito antes da escolha do melhor visto e da aplicação. Ele começa com o sonho e com a possibilidade de torná-lo real. Neste momento é preciso se perguntar algumas coisas: se você quer mesmo isso, quanto isso vai custar e qual será o objetivo no país escolhido. Falando em Canadá e imigração, os quesitos principais são três: reserva financeira, inglês em um bom nível e muita pesquisa.
Tenha em mente duas coisas: a primeira é que nada é impossível. A segunda é que a imigração significa mudança completa de vida. Pensando nisso, todo cuidado é pouco. Não se deixe levar por posts ou comentários do Facebook, informações desencontradas que o tio do amigo do seu primo sabe e seu primo te contou e muito menos pela primeira coisa que você ouvir. Saiba exatamente o que você quer, para não ser enganado por pessoas de má fé (sim, os golpes também existem nessa área. Confira aqui mais informações sobre o tema e como evitar ser enganado).
A principal dica para ter completa noção sobre qual caminho seguir é sempre buscar a consultoria de um profissional qualificado que pode fazer uma análise completa do seu perfil e lhe dizer exatamente o melhor para você, qual é a categoria de visto em que se enquadra e, caso ainda não esteja pronto, lhe passar os pontos nos quais você pode melhorar e o que precisa para conseguir (nós da Immi Canadá oferecemos esse serviço, para mais informações clique aqui).
Falando a respeito de que nada é impossível, caso seu nível de inglês não seja o exigido pelo governo canadense, você pode chegar lá rápido com um bom curso e um pouco de dedicação. Ou ainda existe a opção de estudar inglês no Canadá, que pode ser uma forma de também conhecer o país, explorar a área, fazendo uma pesquisa sobre as cidades mais interessantes para a sua futura imigração e escolher fazer o curso de um mês ou seis nesta cidade, tudo depende do seu objetivo e disponibilidade financeira. Caso a reserva de dinheiro não seja suficiente, nada impede de postergar o plano por um ano ou dois e aumentar os números da poupança, com um orçamento focado no “Plano Canadá”.
Aplicação
Após todo o processo de tomada de decisão, vem o segundo passo, que é a ação, no caso aplicação para a categoria escolhida. Aqui é preciso cumprir a etapa de busca e arquivo de documentos. A realização pode ser burocrática e um pouco demorada (caso seu inglês seja básico, você vai precisar de mais ajuda, pois os formulários são todos em inglês).
Apenas para exemplificar, vamos falar de um casal em que um dos dois vai estudar em um college de dois anos e o outro, aplicar para a permissão de trabalho na categoria Open Work Permit (OWP - categoria que dá a possibilidade do estudante trabalhar meio período e o cônjuge em tempo integral). A lista de documentos exigida pelo governo canadense:
- Passaporte válido de ambos incluindo passaportes anteriores;
- Certidão de casamento ou união estável;
- Letter of Acceptance (LOA – carta de aceitação do college no qual o estudante foi matriculado);
- Comprovação financeira (Imposto de Renda, extratos bancários dos últimos três meses, aplicações, ações, contracheques, recibos, declarações);
- Carta de responsável financeiro e comprovação financeira do mesmo, se necessário (caso o aplicante não tenha fundos suficientes para comprovar a renda, ele pode ter um responsável financeiro que o patrocine. Para isso ele precisa de uma carta assinada e as comprovações de valores do responsável que irá arcar com os custos da viagem);
- Comprovação de vínculos com o país de origem (carta de empregador, contrato social de empresa, registro de imóveis ou escritura, etc.);
- Carta de intenção (com suas palavras você explica porque quer ir estudar no Canadá, colocando na lista de documentos as provas do que você diz na carta);
- Formulários exigidos pelo governo preenchidos e assinados (disponíveis no site do governo http://www.cic.gc.ca/english/);
- 2 fotos 3x5 em fundo branco;
- Exame médico.
E a lista pode ser muito maior dependendo do seu processo e situação no Brasil. Não podemos esquecer que, além de todos os documentos, o processo exige pagamento de taxas ao consulado, taxas de correio, dentre outras possíveis cobranças. Por todas estas razões, ser acompanhado por um profissional é sempre a melhor opção.
Após a aplicação, a caminhada só começou e você já tem mais milhares de coisas para planejar enquanto aguarda seu visto ser aprovado: passagem aérea, hospedagem para os primeiros dias e depois moradia, seguro de saúde, o que levar e o que deixar no Brasil, planejamento financeiro, dentre muitas outras coisas que devem ser pesquisadas. Se o casal tiver um filho, a pesquisa precisa ser mais extensa, a reserva financeira deve ser um pouco maior e o cuidado precisa ser redobrado.
Visto Negado
A espera pelo retorno do visto sempre é um período de bastante ansiedade. E sim, há a possibilidade do seu visto ser negado. Quando o aplicante faz o processo sozinho, há sempre uma possibilidade maior da resposta negativa ocorrer, pois a análise dos seus documentos é feita por um oficial de imigração, que pode enxergar alguma inconstância na papelada.
Juliana*, publicitária que vive em Toronto (ON), teve seu visto negado na primeira vez que aplicou. “Quis fazer todo o processo sozinha para economizar, mas acabei não fazendo uma carta de intenção, que é extremamente necessária para qualquer processo de visto. Depois tive que gastar mais com ajuda profissional e paguei novamente a taxa do visto, mas na segunda tentativa minha aplicação foi aprovada”, declara.
Residência Permanente, Express Entry e outros processos
Se o processo para visto de turismo, ou estudo e trabalho, é algo minucioso que deve ser feito com muita atenção, as opções para imigração propriamente ditas como a Residência Permanente (PR na sigla em inglês), o Express Entry (EE), Federal Skilled Worker, dentre outros, requerem atenção e cuidado triplicados. Estando no Brasil ou já no Canadá, quando você tem os requisitos necessários e se enquadra em um destes processos, é indispensável a ajuda de um profissional, uma agência e um oficial de imigração.
O ideal é que a aplicação seja feita por um agente de imigração. Porém, em alguns casos, o aplicante não dispõe de todo o valor necessário no momento. Uma opção mais em conta é a revisão do processo de residência (clique aqui para fazer um orçamento de revisão de processo). A revisão garante que todos os documentos e anexos estejam completos e corretos para o envio à imigração canadense. O serviço gera um relatório, com os pontos corretos, os que precisam de melhorias e documentos que precisam ser acrescentados, dentre outros detalhes.
Para mais informações sobre a revisão de processo para residência acesse: https://www.immi-canada.com/loja/revisao-de-pontuacao/
Para mais informações sobre consultas acesse: https://www.immi-canada.com/loja/consulta-imigracao/
Para mais informações sobre relatório e análise de negativa de vistos acesse: https://www.immi-canada.com/loja/servico-de-re-aplicacao-de-visto-negado/
*A entrevistada teve seu nome modificado.
Há quem imagine que morar no Canadá significa nunca tirar a bota de neve e o casaco pesado. Também tem pessoas que acham que no inverno neva todo santo dia. Se alguma vez você se pegou pensando nesses cenários, saiba que não são verdadeiros: mesmo em momentos super frios é possível ficar em casa ou na escola, por exemplo, com uma roupa leve, além de que durante os meses com baixas temperaturas sempre tem os períodos sem nevar. Por isso, dá para viver sim numa boa em qualquer das estações do ano canadense, basta se preparar e se adaptar.
A informação é a alma do negócio
Antes de embarcar para o Canadá pesquise sobre a sua região de destino, o quanto é rigoroso o período de inverno, para assim já saber como é a realidade. Isso pelo fato de que as temperaturas podem oscilar bastante de uma cidade para outra, tanto com relação a diferença indicada pelo termômetro, quanto os meses de duração da época de baixas temperaturas.
Depois do desembarque, o ideal também é ficar de olho na previsão do tempo regularmente. Desta forma, é possível saber quantos graus em média terá pela frente e a sensação térmica, pois esses números variam; e ainda se informar se tem chances de chover ou até mesmo a possibilidade de nevasca. Devido as instabilidades, pode acontecer de você ir trabalhar sem visualizar um floquinho de neve e quando terminar o seu expediente a cidade está toda branca!
Casa, escritório, metrô... tudo quentinho!
Os canadenses estão acostumados com o período hiper congelante e por isso os ambientes são bem preparados. Em geral as construções são feitas utilizando muita madeira com isolamento térmico especial, além de sistema de aquecimento que faz com que, por exemplo, todas as torneiras das casas tenham água quente. Assim, se consegue assistir um filme sentado no sofá da sala usando bermuda e camiseta, mesmo que o termômetro marque -15 graus do lado de fora.
Dirigir em dias de neve não é uma das tarefas mais fáceis, porém existem pneus apropriados para proporcionar mais segurança ao veículo, bem como muitos modelos de carros possuem sistema de tração específico. Outros opcionais bastante úteis para motoristas são itens como o aquecimento do volante e nos bancos, que deixam a viagem muito mais agradável e confortável mesmo que o destino seja uma pista de patinação. E se precisar de se deslocar via ônibus, trem ou metrô fique tranquilo que não vai sentir frio, pois tudo é bem quentinho.
Muita atenção nas roupas e acessórios
É necessário comprar um casaco especial para o inverno, com touca e de preferência com “pelinhos” (é um acabamento charmoso, mas na verdade serve para proteger o rosto). Escolha um modelo que tenha a gola mais alta, sendo a maioria com a opção do zíper mais uma aba com botões para se ter um fechamento duplo e isolar completamente qualquer tipo de vento.
Ao comprar as botas especiais para o inverno é necessário se atentar se são impermeáveis, resistentes, se tem proteção térmica, solado que não derrapa e o maior conforto possível. Deve-se pensar em manter o pé aquecido, livre de umidade, e ao mesmo tempo caminhar de forma segura, para evitar o risco de escorregar.
Os acessórios são importantes, entre eles luva, touca, cachecol e protetores como o de orelhas, por exemplo. Na hora de se arrumar para sair lembre-se de usar camadas de roupas, para que quando chegar ao seu destino fique fácil de adaptar a temperatura do local e tirar o que tiver em excesso. Lembrando ainda que as calças e meias térmicas são excelente opções como "primeira camada”.
Dicas extras!!
- Vai se deslocar de ônibus? Verifique se na sua cidade tem aplicativos que indicam o horário exato que o transporte vai passar, pois embora o ponto seja protegido, é aconselhado ficar parado na rua o menor tempo possível
- Preste atenção na etiqueta dos casacos e botas, que indicam até qual a temperatura as roupas de inverno suportam
- Mantenha-se hidratado, pois o ar costuma ficar mais seco, principalmente por causa dos aquecedores
- Deixe na bolsa cremes e protetor labial para reforçar a hidratação de sua pele ao longo do dia
Segue o link de quatro marcas que vendem produtos especiais para uso no inverno:
E não esqueça: “É inverno, divirta-se!”.
E 2017 já chegou cheio de energia positiva! Um novo ciclo se inicia e com ele muitos projetos também saem do papel, não é mesmo? Se o Canadá faz parte dos seus planos é bom saber que ainda em 2016 o governo deste belo país da América do Norte fez um importante anúncio para os brasileiros: a partir do mês de maio deste ano o Brasil será beneficiado com o eTA (Electronic Travel Authorization ou a Autorização Eletrônica de Viagem).
Isso simplifica e agiliza a entrada no Canadá com o “Visto de Turismo”, para passeio ou até mesmo para realizar um curso de no máximo 24 semanas. A medida é válida para quem atende determinados critérios, que serão explicados logo abaixo. Porém, antes da data estipulada e para quem que não se enquadrar nos requisitos, continuará valendo o processo que consiste em apresentar documentos e fazer as devidas comprovações, como por exemplo, a de renda, conforme destacamos na matéria “Qual a quantia ideal para visto de Turista?”.
O que é uma “Electronic Travel Authorization”?
Cidadãos de muitas nacionalidades já possuem o direito de pedir a “Electronic Travel Authorization”, e dentro de alguns meses o Canadá irá oficialmente permitir que o nosso país também seja beneficiado por este sistema mais simples. Trata-se de uma Autorização Eletrônica de Viagem a qual as pessoas habilitadas estarão isentas do tradicional processo de pedido de “Visto de Turismo”, desde que realize a entrada por via aérea.
Desta forma, quem tiver interesse de vir para o Canadá como turista tem a possibilidade de solicitar a Autorização Eletrônica de Viagem (eTA), se:
- Já possui um visto americano válido OU que tenha recebido um visto canadense nos últimos 10 anos.
Desta forma, para solicitar esta autorização é preciso seguir os passos listados abaixo:
E mais!
Confira mais detalhes na matéria especial “eTA para Brasileiros – Dúvidas Frequentes”.
Tem alguma dúvida a respeito de como tirar um “Visto de Turista”? Nós podemos te ajudar... basta clicar aqui.
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Quando visitamos um país, provar da culinária e conhecer os principais pratos típicos do lugar é tão importante quanto passear pela cidade ou visitar as principais atrações. A Culinária no Canadá não é diferente, o país é extenso e conhecido por ser multicultural e cosmopolita. Sendo assim, os alimentos acompanham essa tendência e a culinária é continuamente influenciada pelos imigrantes, o que faz com que pratos diferentes ganhem destaque nas diferentes épocas do ano.
Porém, existem algumas bebidas e comidas que são consideradas símbolos do país. É importante lembrar que por aqui, quem vem para morar, passar um tempo estudando ou somente com fins de turismo, vai encontrar todas as variedades culinárias e comidas do mundo: japonesa, chinesa, filipina, coreana, vietnamita, italiana, portuguesa, brasileira, indiana, do Sri Lanka, grega, mexicana, afegã, africana, espanhola, inglesa, jamaicana e enfim, de todas as partes do planeta. Além das comidas tradicionais canadenses, os restaurantes típicos são considerados paradas obrigatórias nos roteiros dos viajantes. Confira abaixo uma lista com os pratos mais consumidos pelos canadenses.
1 – Poutine
Com certeza o poutine é o prato mais tradicional do Canadá. Ele foi criado em Quebec, mas é amplamente consumido e vendido em todo o país. Originalmente é feito de batata frita com coalhada de queijo cheddar (ou somente queijo derretido), cobertos com um molho de carne, conhecido como gravy.
Existem restaurantes dedicados somente a servir a iguaria, como a Smoke’s Poutinerie. Claro que o prato ganhou outras versões com o passar do tempo. Hoje ele pode ser servido com carne, linguiça, chorizo, em forma de pizza, vegetariano, bacon, pierogi, cogumelos, legumes, nachos, pimenta e outros acompanhamentos.
2 – Beaver Tail
Na tradução literal, beaver tail significa “rabo do castor”. A gostosura, nada saudável e fitness, tem este nome devido ao seu formato de cauda do roedor mesmo. Ela tem a base feita de uma massa de farinha de trigo integral, frita em óleo quente, que lembra bastante uma massa de pastel doce com canela. A iguaria é coberta ao gosto do cliente: Nutella com banana, Oreo, maça com canela, chocolate ou confetes com pasta de amendoim, chocolate com amêndoas, dentre muitas outras opções deliciosas.
A receita foi passada de geração em geração na família em Ontário que possui a rede, única que comercializa o produto, a BeaverTails. Atualmente, há lojas em todo o Canadá, no Japão, Coreia do Sul, Emirados Árabes e Estados Unidos. Para acessar a localização das lojas basta clicar aqui.
3 – Maple Syrup
É um xarope muito tradicional aqui, mas ele já é famoso no mundo. Ele tem um sabor único, que é bem difícil de ser comparado e tem uma textura parecida com o mel de abelha líquido. A calda é extremamente utilizada com panquecas no breakfast (café da manhã com panquecas estilo americanas), crepes, waffles, sorvetes e outras gostosuras.
O maple syrup é originário da árvore mais famosa do país, a Maple (que tem a folha presente na bandeira canadense). Ele é retirado durante a primavera e não passa por nenhum processo de adição de ingredientes externos, apenas é cozido, o que retira a água do xarope, e filtrado, para remoção dos resíduos. Por isso o xarope é conhecido por seu sabor único e natural.
4 – Montreal Smoked Meat
Como o próprio nome diz, a carne defumada é muito conhecida em Montreal e na província de Quebec, mas também já virou uma delícia nacional. A refeição é servida em formato de um sanduíche e lembra bastante os pães com mortadela servidos no Mercado Municipal de São Paulo, quando falamos no quesito aparência. O sabor difere muito. A carne é defumada e marinada com ervas e especiarias, cortadas em finas fatias e colocadas em um pão fatiado caseiro. O local mais famoso e conhecido para se saborear a comida é o Schwartz’s, localizado em Montreal.
5 – Butter Tarts
São motivo de orgulho entre os canadenses e muito famosas em todo o país. As butter tarts são sobremesas com uma massa doce, tendo na receita farinha, manteiga e açúcar, parecidas com as massas de tortas brasileiras, porém um pouco mais açucaradas. O recheio leva manteiga, açúcar, ovos e mais um ingrediente ao gosto do cliente, que pode ser nozes, noz-pecã, passas, blueberries, maçã ou abobora. Elas podem ser encontradas em vários cafés e em todos os supermercados no Canadá.
6 – Nanaimo Bar
A tradicional sobremesa canadense consiste em três camadas: bolacha waffer com chocolate, creme de baunilha e cobertura de chocolate. Também há diferentes combinações do doce, com café, nozes ou castanha, pasta de amendoim e coco. Elas também são comercializadas em vários cafés, restaurantes e supermercados. A origem do doce não é totalmente confirmada até hoje, mas acredita-se que a ele teve origem em um hospital de Nanaimo, em Vancouver, costa oeste canadense.
7 – Macaroni and Cheese (Mac&Cheese)
O macarrão com queijo está para os canadenses assim como o arroz e feijão para os brasileiros. A receita é originalmente americana e consiste em macarrão caracol, queijo, leite, um pouco de farinha e manteiga.
O diferencial é que os canadenses compram o tradicional e famoso Mac&Cheese em porções individuais (ou para duas pessoas, dependendo da fome) em caixas no mercado, fácil e rápido de ser preparado, com a base do molho pronta, você só precisa cozinhar o macarrão e acrescentar leite e manteiga/margarina ao molho.
8 – Peameal Bacon
É uma iguaria inventada no Canadá que consiste em uma espécie de bacon feito com o lombo do porco, coberto com farinha de milho. Os curiosos podem encontrar o peameal com mais facilidade em Toronto, pois o prato é típico da região, muito servido em sanduíches na cidade. O local mais popular para provar é o St. Lawrence Market.
Ele também pode ser comprado em açougues e mercados, para ser preparado em casa. Os canadenses adoram usar em várias receitas e você pode conferir algumas aqui.
9 – Coffee Crisp
O Coffee Crisp é muito parecido com o Bis do Brasil, mas ele é vendido em tamanho maior e, ao invés de creme de chocolate, a barra tem café. O gosto da bebida não é muito marcante, fazendo com que o doce seja popular entre crianças e adultos. A barrinha é da marca Nestlé e pode ser encontrada em bancas, lojas de conveniência, postos de gasolina, supermercados, cafés, bares e lanchonetes.
A origem do crisp é inglesa e ele foi introduzido no Canadá por volta de 1938. Em diferentes épocas do ano a marca lança variações dos sabores, como Coffee Crisp Orange, Caramel, Raspberry, White, Triple Mocha, entre outros.
10 – Tourtière
A tourtière é parecida com um empadão, mas possui uma massa um pouco mais leve e um recheio diferente, que pode ser de carne, porco ou frango, todo eles muito temperados. Ela é levemente apimentada e bastante saborosa, muito apreciada pelos canadenses. Uma curiosidade sobre a torta, que foi criada em Quebec, é que ela é bem tradicional no Natal, mas pode ser encontrada nos supermercados em qualquer época do ano, dependendo da província em que você está.
11 – Ice Wine
Se você gosta de vinhos e está no Canadá, não pode deixar de provar o ice wine. Como o nome já diz, ele é um vinho gelado e doce, com a consistência parecida com a de um licor. Considerado uma bebida de sobremesa, a curiosidade é que ele é produzido a partir de uvas que congelam ainda quando estão nas videiras.
Devido às baixas temperaturas, o país é o principal produtor mundial da bebida, que é fabricada nas províncias de British Columbia, Nova Scotia, Ontario e Quebec. É importante ressaltar que o líquido tem um preço mais elevado quando comparado ao vinho normal. Isso se dá devido à complexidade do processo de produção do ice wine (o preço médio de uma garrafa de 375ml varia de 60 a 80 dólares canadenses).
12 – Double Double (Tim Hortons)
É impossível falar de comida típica canadense sem falar da rede de restaurantes fast food que eles mais amam no mundo: o Tim Hortons. E também não tem como falar em Tim Hortons e não citar o café com duas colheres de chá de açúcar e duas medidas de creme, carinhosamente apelidado de double-double. Ele é o café mais vendido no país, aquele que os nativos e moradores tomam todos os dias. Para os apreciadores de café, a bebida pode ficar doce e sem o sabor característico do café devido ao creme, mas vale a pena experimentar.
Além disso, a rede (que é uma espécie de Starbucks canadense) comercializa donuts, muffins, cookies, timbits (uma pequena bola frita, que lembra a massa de sonho, recheada ou coberta com um creme e de vários sabores diferentes), croissants, bagels, sanduíches, sopas, saladas e outras delícias. Uma curiosidade interessante é que a rede foi fundada por um jogador de hockey em 1964, em Hamilton, na província de Ontário.
13 – Canada Dry
A bebida é um refrigerante de gengibre que lembra o guaraná brasileiro na cor, mas não no gosto. A soda é encontrada em vários sabores e pode ser misturada com bebidas alcóolicas. Por aqui, o Canada Dry é quase tão popular quanto a Coca-Cola. A marca teve origem em Toronto e hoje está presente em 30 países, sendo mais popular no Canadá, Estados Unidos, Japão e região do Oriente Médio.
14 – Caesar
É um coquetel nacional, assim como a caipirinha no Brasil. A bebida é feita a base de vodka, suco de tomate, mix de temperos apimentados e um toque de molho inglês. É servido em um grande copo com as bordas cobertas com sal, acompanhado de uma fatia de limão e um pequeno talo de salsão. O gosto lembra bastante o Blood Mary, mas a versão canadense é mais apimentada e forte.
O drink foi criado em Calgary, Alberta, em 1969, por um chef que celebrava a abertura do seu novo restaurante italiano na cidade. Estima-se que hoje são consumidos cerca de 350 milhões de unidades da bebida por ano.
15 – Bagels
Talvez os bagels sejam o tipo de pão mais popular por aqui e você pode encontrar de todos os sabores, doces, salgados e para todos os gostos. Com creme, salmão defumado, cream cheese, coberto de gergelim ou sementes de papoula, plano, com queijo, de blueberry ou canela, enfim, é só entrar na primeira cafeteria ou lanchonete que encontrar, pedir seu bagel e se deliciar. Ah, é interessante saber que, caso você queira ele tostado e com manteiga, o atendente irá preparar a guloseima para você na hora e você não será cobrado a mais por isso. O preço somente difere quando os acompanhamentos são mais elaborados, como carnes, cremes ou cream cheese.
O pãozinho tem formato de rosca e é encontrado em qualquer loja que venda produtos alimentícios no Canadá. Ele também pode ser a escolha para o pão do seu sanduíche. The Great Canadian Bagel, Fairmount, St-Viateur Bagel e o próprio Tim Hortons são referencias na fabricação e venda do lanche.
16 – Pescados
Pelo motivo de o Canadá ter uma localização próxima às águas geladas do Oceano Pacífico, os peixes e frutos do mar em geral são muito consumidos pelos moradores. Além disso, eles são encontrados com mais facilidade que no Brasil e com um preço melhor. Os mais renomados restaurantes se aproveitam disso e fazem pratos incríveis com os animais marinhos. Lagostas, crustáceos em geral e king crabs também são iguarias mais comuns de ser vistas por aqui.
17 – Tea Red Rose
Talvez pelas temperaturas mais frias, ou também pela herança da colonização inglesa, os canadenses são grandes consumidores de chás de todos os tipos, quente e frios. Os sabores mais populares são o Orange Pekoe, que é um chá de laranja muito gostoso para ser tomado quente ou com leite, e o Chai, igualmente consumido em temperaturas elevadas. A marca mais famosa destas bebidas naturais é a Red Rose.
18 – Oka Cheese
O Oka Cheese é um dos melhores queijos gourmets do mundo e vale a pena ser experimentado se você se enquadra nos amantes de queijos e vinhos. Ele é produzido e tradicional na província de Quebec, feito com leite de vaca levemente curado, o que o torna um queijo macio, com leve sabor frutado e de nozes.
19 – Carne de caça
Se você é vegetariano ou sente pena dos animais, passe longe desse tópico. No Canadá a caça de alguns animais é legalizada para fins de consumo, o que as torna parte integrante do cardápio de comidas típicas. Se você é um carnívoro inveterado ou adora experimentar novos sabores, vale a pena experimentar carne de rena, bisão, javali ou caribu. Como toda a carne de caça, cada uma tem seu sabor característico e pode ser acompanhada por um bom vinho e uma guarnição adequada.
20 – Blueberries lowbush
As blueberries são uma espécie de amora silvestre e são extremamente típicas no país, pois o Canadá é o maior produtor mundial da fruta. Elas são vendidas frescas para preparações em casa e também para consumo in natura. Não podemos deixar de citar que a quantidade de produtos que tem a fruta como estrela e principal sabor é grande: tortas, cheesecake, muffins, bagels, bolos, pães e muitas outras gostosuras.
Fabíola Cottet
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O governo canadense decretou, recentemente, que a high-speed Internet no Canadá (ou internet de alta velocidade) é um insumo essencial para a qualidade de vida e que todos os cidadãos terão acesso a velocidade de download de, pelo menos, 50 Mbps.
A resolução governamental muda o que anteriormente estava previsto em lei, que considerava somente a telefonia fixa do país como “basic telecommunications service” (serviço de telecomunicação de base) e que todo cidadão canadense deve ter acesso, como um direito, segundo a Canadian Radio-television and Telecommunications Commission (CRTC). A mudança tem suporte e apoio de um pacote de investimentos do governo de US$ 750 milhões para levar o acesso às áreas rurais.
Como parte da nova lei, a CRTC também estabeleceu novos objetivos para velocidades de download e upload. Para a banda larga fixa, todos os cidadãos devem ter a opção de dados ilimitados com velocidades de, pelo menos, 50 megabits por segundo para downloads e 10 megabits para uploads. Isso significa um aumento de dez vezes da meta estabelecida, pelo mesmo órgão, em 2011.
Segundo dados da CRTC, cerca de dois milhões de famílias canadenses, ou seja, 18% da população, não têm acesso às velocidades que desejam, atualmente. O valor que o governo vai aplicar será distribuído ao longo de cinco anos, em projetos de infraestrutura para possibilitar a melhoria dos serviços para a população.
Pierre Blais, presidente da CRTC, declarou, em uma coletiva de imprensa no Canadá, que o decreto era extremamente necessário e que o país não pode depender somente das forças do mercado privado para resolver esses problemas. O pacote de investimentos também prevê que os provedores de serviços sem fio terão, por obrigatoriedade, oferecer plataformas que atendam às necessidades de pessoas com deficiência auditiva.
No Canadá, segundo dados de 2015 da União Internacional de Telecomunicações (ICT, na sigla em inglês), 92,8% da população total tem acesso à web em suas residências. O mesmo estudo aponta que, no referido período, usuários de países em desenvolvimento somavam 31% do total de pessoas conectadas a web no mundo, quanto os de países desenvolvidos alcançavam a porcentagem de 77%.
Serviços
Recentemente, no primeiro semestre de 2016, uma polêmica tomou conta do Brasil envolvendo os serviços de internet. As empresas brasileiras iniciaram um processo que tinha como objetivo resultar na cobrança de franquia das conexões banda larga. No Canadá o limite também é aplicado, porém com uma diferença: o mercado está maduro o suficiente para possibilitar esse tipo de cobrança, com maior concorrência e maior infraestrutura que o Brasil.
Uma das primeiras preocupações quando mudamos de país, assim que chegamos ao destino, é com a oferta de serviços básicos: telefone, internet, TV à cabo e telefonia móvel. Aqui o número de operadoras é bem maior que no Brasil. Além disso, o Canadá possui operadoras menores que oferecem serviços somente em determinada província, por isso os valores, empresa e quantidade de dados/serviços em cada plano pode variar de acordo com a região para a qual você pretende vir ou está morando.
As operadoras que dominam o Market Share no Canadá são três: Bell, Rogers e Telus, conhecidas como The Big Three do mercado de serviços de telecomunicações. As companhias citadas também são reconhecidas por serem full-service, ou seja, além de oferecem planos de internet banda larga, incluem TV à cabo, telefonia fixa e móvel no mesmo pacote de serviços. Elas também possuem a melhor qualidade, com preços um pouco mais elevados comparados à outras empresas como Shaw, MTS (Manitoba), Koodo, Wind, Fido, Virgin, PC Mobile, Chatr, Vidéotron (Quebec), Eastlink, dentre outras (clicando no nome das operadoras, você pode montar seu pacote de acordo com suas necessidades, região onde vive e orçamento).
Um detalhe importante que deve ser ressaltado é que, fora de pacotes promocionais, o modem e a instalação são cobrados a parte no Canadá e, assim como no Brasil, um pacote pode ser uma opção mais em conta do que contratar somente um serviço. Na opção conjunta, o consumidor também pode ter acesso à diversas promoções e descontos, que ficam maiores caso o contrato assinado (fidelização à empresa) seja por um período de tempo maior.
Outro ponto a ser levado em consideração é o seu credit score (histórico de crédito) no país. Caso você seja recém chegado, algumas operadoras podem hesitar na hora de fechar um contrato, principalmente em se tratando de telefonia móvel, ou pedir um depósito de segurança que pode variar de $200 a $700 CAD por aparelho/contrato. Este valor é devolvido após seis meses, caso os pagamentos e o contrato estejam sendo cumpridos.
No que diz respeito à telefonia móvel canadense, basicamente todos os planos oferecem ligações ilimitadas para dentro do país, não importando a província, e mensagens de texto ilimitadas para qualquer lugar do mundo, dentro do valor contratado. O que é limitado são os dados e ligações internacionais (o usuário pode contratar um pacote ou pagar a parte).
Ainda com relação à celulares, existe uma grande oferta de planos pré-pagos, que podem ser uma ótima opção para quem vai passar pouco tempo no país. Caso o interesse seja nestes planos, é importante observar os valores de ligações e serviços. Se você optar pelo chip pré-pago sem um pacote, além das chamadas feitas, são tarifadas também as recebidas, e o valor por minuto à noite e aos finais de semana é diferente das ligações feitas em horários comerciais.
Brasil
No Brasil, os dados mais recentes obtidos pela Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad), são de 2014. Segundo o estudo, pela primeira vez no país a internet chegou a mais de 50% das casas. Os dados afirmam que, no referido ano, 36,8 milhões de residências estavam conectadas à internet, o que representam 54,9% do total. O mesmo estudo mostrou que o smartphone virou o aparelho preferido para acessar a rede no Brasil, superando os computadores, notebooks e tablets.
O ponto principal de evolução para o Brasil, segundo um estudo divulgado em 2014 pela Akamai, empresa de tecnologia americana, é a velocidade da internet. O país fica com o 9° lugar no ranking de piores velocidades de internet banda larga do mundo, empatado com o Vietnã, com uma média de 2,9 Mbps. As empresas que prestam o serviço no país podem entregar apenas 40% da banda contratada, ou seja, você nunca terá a internet na velocidade que contratou.
Sendo o segundo maior país do mundo em área total (perdendo somente para a Rússia) e tendo a mais longa fronteira terrestre do planeta, o verdadeiro norte do mundo oferece muitos lugares a se conhecer para quem quer se aventurar viajando pelo Canadá. O país ocupa 40% da extensão de toda a América do Norte, ou seja, para quem ama viajar, é destino obrigatório.
Alguns detalhes são bem importantes quando o aventureiro está disposto a percorrer os territórios canadenses. Depois de algumas viagens pelo país, você percebe que existem itens obrigatórios e que devem ser levados em consideração na hora de escolher o destino, o meio de chegar até ele, ou até mesmo fazer as malas. Com base na nossa experiência (de casal que mora em Winnipeg, mas já morou em Toronto e visitou alguns lugares aqui), elenco alguns detalhes que não devem ficar de fora do planejamento quando se viaja pelo país.
Trem, carro, avião ou ônibus?
O meio de transporte, em um país tão extenso e com temperaturas e condições climáticas bem diferentes do que estamos acostumados a enfrentar no Brasil, é um dos pontos que deve ser analisado antes de viajar.
No Brasil temos três meios de deslocamento principais quando se trata de viagens: carro, avião e ônibus. Aqui você pode acrescentar o trem à lista de possíveis escolhas. De acordo com a Associação de Ferrovias do Canadá, o país tem cerca de 71 mil quilômetros de linhas férreas. Os trens urbanos de passageiros são operados pela Via Rail Canada e estima-se que quatro milhões de passageiros passem pelas ferrovias todo ano.
Caso a trip seja no verão, as opções ficam mais flexíveis e você só deve escolher o que achar mais conviniente, analisando a distância, rodovias, valores em dólar e as possiblidades e gostos de cada um. Um carro pode ser alugado com bastante facilidade aqui e os preços diários variam de acordo com a província. Além disso, o Canadá possui uma infraestrutura rodoviária muito boa. São mais de 300 mil quilômetros de estradas asfaltadas, segundo o governo do país, que afirma que também tem a maior rodovia do mundo, a Trans-Canada Highway, com 7.775 quilômetros de extensão.
Caso você opte pelo carro no verão, sua carteira de motorista deve estar em dia. Se estiver só passando férias, o Canadá possibilita que você dirija no país com a Carteira Nacional de Habilitação (CNH) brasileira por até 180 dias. De qualquer maneira, é recomendável ter a Permissão Internacional para dirigir (para mais informações sobre como obtê-la, o motorista deve acessar o site do Detran correspondente ao seu Estado). Caso você venha passar um período superior a seis meses, para dirigir aqui o motorista deve fazer a habilitação canadense (as regras variam em cada província, mas você pode saber como proceder acessando este link: http://www.cic.gc.ca/english/newcomers/after-transportation-driving.asp).
Para viajar de avião só é exigido um visto canadense válido no passaporte. Ao adquirir o bilhete aéreo, optando pela classe econômica, não se espante caso a companhia cobre uma taxa se você escolher a poltrona antecipadamente (cerca de $15 dólares canadenses – CAD – por pessoa). Isso acontece devido às companhias aéreas trabalharem com o conceito de “low cost” (baixo custo) na classe econômica para voos domésticos e cobrarem por serviços extras. A bagagem despachada também é paga a parte e varia de acordo com a companhia, mas a tarifa fica em torno de $25 CAD por cada volume despachado. Caso você queira snacks e alimentos durante a viagem, também terá que pagar. O que é servido à vontade aos passageiros e sem custo adicional são bebidas não alcóolicas: água, suco, refrigerante, café e chá.
Caso a estação do ano escolhida para a viagem seja o inverno, os detalhes e preocupações com o meio de transporte são maiores. As opções mais seguras quando levamos em consideração temperaturas abaixo de zero e muita neve, são o transporte ferroviário e aéreo. Aqui o trem leva vantagem, pois os voos correm o risco de serem cancelados ou adiados mediante à tempestades de neve, comuns no inverno canadense.
Se você quiser se aventurar e percorrer longas distâncias pelas estradas do Canadá no inverno, o cuidado deve ser redobrado e, muita vezes, vale a pena reavaliar a escolha. Esta só é uma opção a ser levada em conta caso o motorista já esteja acostumado a dirigir em rodovias com neve e as condições que ela proporciona. Em alguns períodos mais críticos de tempestades de neve, as auto estradas são fechadas devido ao perigo e dificuldade de retirada de neve constante, fazendo com que os motoristas tenham que optar por outro caminho.
Mesmo assim, caso não haja outra saída e você tenha que pegar a estrada no inverno, uma boa opção de segurança é fazer algumas aulas de direção defensiva e cuidados essenciais que os motoristas devem ter para dirigir com neve. Existem vários instrutores que cobram por hora/aula e prestam esse tipo de serviço. Alguns acessórios e insumos obrigatórios para quem vai pegar a estrada com neve são: winter tires (pneus adaptados para a neve), equipamentos para retirar a neve do carro como vassoura de mão e uma pequena pá, kit de primeiros socorros, fluído anti-congelamento para vidros, mini compressor de ar, cabos para carregar a bateria e uma lanterna.
Antes de dirigir, é indispensável verificar as condições das estradas que você pretende percorrer, o governo disponibiliza um link para isso: http://www.cic.gc.ca/english/newcomers/after-transportation-driving.asp. Para emergências o telefone é o 911 e para verificar a previsão do tempo o site mais indicado e completo é o The Weather Network (https://www.theweathernetwork.com/ca). Além de todas as dicas, é bom lembrar que em condições adversas, o cuidado e a atenção ao volante devem ser redobrados.
Idioma
Para quem vive fora de Quebec, é difícil acreditar que, além do inglês, se fala francês como língua oficial. Na verdade é mais fácil ouvir mandarim, algum dos vários idiomas falados na Índia e até português, a escutar as pessoas falando francês. Embora todos os produtos no supermercado, sites governamentais e de grandes empresas, além de divulgações em meios públicos, tenham informações e textos em inglês e francês, a língua falada é, majoritariamente, o inglês.
Caso a viagem seja para a província de Quebec, tenha ciência que o cenário é outro. Mesmo eles sabendo o inglês e francês, todos falam francês e toda a comunicação visual da província, incluindo placas de trânsito, são na língua do Asterix. Mas fique tranquilo, se você for passear por lá e pedir para qualquer pessoa para se comunicar em inglês, você não terá problemas, pois eles estão habituados a isso.
Geografia, horários e clima
O país possui um total de seis fusos horários e conta com a maior região costeira do mundo, sendo banhado pelos oceanos Atlântico, Pacífico e Ártico. As maiores cidades e a maior densidade demográfica ocupam toda a extensão de fronteira meridional do país (onde faz divisa com os Estados Unidos). Além disso, o Canadá possui uma imensa quantidade de lagos.
As principais cidades do Canadá e as que recebem mais turistas são: Vancouver, Montreal, Quebec, Toronto, Ottawa, Calgary, Edmonton, Calgary e Winnipeg. Devido ao inverno, antes de viajar, é necessário verificar o clima e fazer a mala de acordo com cada temperatura. Em caso de neve, botas e casacos apropriados são indispensáveis.
Existem locais para todos os gostos e perfis de viajantes. Caso você prefira museus e história, em um estilo mais europeu, a província de Quebec, com as cidades de Quebec e Montreal, é a escolha perfeita. Se a viagem tiver objetivo mais aventureiro, o roteiro pode passar por cidades menores e mais ao Norte, como Banff, na província de Alberta, ou Churchill, cidade situada ao extremo Norte de Manitoba, onde a aurora boreal pode ser vista diariamente no inverno e ursos polares podem ser observados em uma espécie de safari pelo gelo. No quesito metrópoles, prefira Toronto ou Vancouver.
Hospedagem, hotéis e informações turísticas
O Canadá é um país extremamente cosmopolita e multicultural. A cada passo dado você se depara com pessoas das mais diversas partes do planeta. Caso sua experiência inclua estar mais perto disso e entrar na cultura, uma boa opção de hospedagem é o Airbnb (www.airbnb.ca), onde você fica em quartos, na casa de pessoas que moram na cidade escolhida. Este, ou outros sites de alugueis de quartos ou partes de uma casa, podem ser ótimas opções para quem viaja sozinho e aos que gostam de trocar experiências com moradores locais.
Para os que gostam de mais privacidade, hotéis não faltam e existem várias redes mundiais por aqui, para todos os gostos e bolsos, basta pesquisar em algum dos sites de reserva (www.booking.com/country/ca, www.expedia.ca, www.trivago.ca).
As informações turísticas a respeito de cada cidade são encontradas com facilidade. Nos hotéis, bares e restaurantes, museus, aeroportos e nas próprias atrações, existem diversos flyers disponíveis e qualquer um pode pegar e levar consigo. Geralmente, eles incluem mapas detalhados da cidade, mapas do transporte coletivo, informes com valores e horários de atrações turísticas específicas, descontos em restaurantes e bares, cupons para descontos em estabelecimentos e diversas informações importantes e úteis aos turistas.
Fabíola Cottet
Muita festa em 2017! Este ano promete ser inesquecível para quem está no Canadá (ou está de malas prontas para vir), independentemente da província escolhida. Isso pelo fato de que o país comemora 150 anos e há muito tempo se prepara para festejar esse acontecimento em grande estilo, não somente no dia 1º de julho, no “Canada Day”, mas depois desta data também.
Logotipo e ações especiais
Juliana Durso, que mora em Edmonton (Alberta) e faz parte do nosso projeto “Apaixonados pelo Canadá”, nos contou um pouco das programações especiais programadas na matéria “Canada 150: conheça algumas ações”... não deixe de ler! Estão agendados shows, inaugurações, peças teatrais, haverá gratuidade na entrada de parques nacionais, projetos comunitários, promoções comemorativas, e muito mais.
Foi desenvolvido ainda um logotipo como símbolo dos 150 anos, que é composto de uma série de diamantes, sendo as quatros joias na base representando as províncias originais que deram forma à confederação em 1867: Ontário, Quebec, New Brunswick e Nova Scotia. As pedras adicionais que se estendem a partir da base fazem referência as demais localidades que compõem o país.
A imagem oficial foi criada pela profissional de Design de Toronto, Ariana Mari Cuvin. Em seu conceito se destaca o formato simples foi pensado para poder ser desenhado facilmente, inclusive por crianças. E existe uma página na internet especialmente dedica ao período comemorativo, que você confere clicando aqui, além da presença de divulgações nas principais redes sociais, devidamente identificadas com a #Canada150.
E mais...
Esportes: São esperadas cerca de 25 mil pessoas entre esportistas e público durante o evento “Canada Summer Games” (de 28 de julho a 13 de agosto), que será realizado em Winnipeg (Manitoba). Já em Toronto (Ontario) no período de 23 a 30 de setembro de 2017 ocorre o “Invictus Games”, a competição de esportes adaptados disputados entre militares feridos e com limitações, vindos de diversas nacionalidades.
Moedas comemorativas: No ano de 2015 houve um concurso o qual a população votou e foram escolhidas as moedas especiais que serão lançadas este ano e que fazem alusão a esta importante data comemorativa.
Trilha gigantesca: este ano haverá a inaugurada da maior trilha do mundo, a “The Great Trail”, que contará com a extensão de 24 mil km e você pode visualizar o mapa desse projeto aqui.
Voluntariado: quem quiser participar deste período de festas como voluntário, pode acessar as informações de como fazer parte das diversas atividades neste link “Canada 150”.
UofT: a Universidade de Toronto é uma das instituições que estão envolvidas com as comemorações, e a UofT organizou uma agenda especial que já começa em janeiro de 2017 e que pode ser conferida aqui.
Diferentes ações: confira os links de 19 cidades que terão programações especiais como Halifax, Moncton, Regina, Calgary, Toronto, Vancouver... clicando aqui.
Está preparado para as festas? Antes, conheça um pouco mais a respeito da linha do tempo do Canadá:
1867 - A Lei Constitucional dá ao Canadá mais independência da Grã-Bretanha, embora o poder final permaneça com a Coroa Britânica.
1931 - O Estatuto de Westminster passa no parlamento britânico, dando ao Canadá plena jurisdição sobre assuntos externos.
1949 - A Suprema Corte do Canadá torna-se o tribunal supremo para todas as questões legais de jurisdição Federal e provincial.
1957 - A legislação é introduzida para confirmar a distribuição de receitas do Governo Federal para as províncias com o objetivo de apoiar a administração e a prestação de serviços públicos.
1982 - O Canadá se torna totalmente independente quando o parlamento britânico aprova a Lei Constitucional de 1982, dando ao país o poder de alterar sua Constituição e todos os outros atos anteriores do parlamento britânico.
1982 - A Carta Canadense de Direitos e Liberdades (seções 1 a 34) é introduzida como parte da Lei Constitucional de 1982.
Hoje o Canadá é formado por 10 províncias e três territórios.
Fonte: https://www.ontario.ca/page/history-government
Em linhas gerais, a previdência privada nada mais é que uma poupança que construímos ao longo da vida para aproveitar e garantir um conforto quando nos aposentamos. Via de regra, é um fundo opcional, contrário à previdência ligada ao governo dos países, onde geralmente o valor em impostos da contribuição é descontado no salário ou pago em outras taxas e impostos.
Outra grande diferença entre a previdência privada e a governamental (pública de cada país, com regras e particularidades diferentes em cada local), é que na primeira opção você pode escolher o valor que vai contribuir de acordo com o seu rendimento mensal e possibilidades financeiras.
Aos interessados em viver no Canadá, 55% da população total tem alguma das opções de investimento oferecidas pela previdência privada, segundo dados de 2015 da Financial Consumer Agency of Canada (FCAC). Enquanto isso, no Brasil, dados do mesmo ano da Federação Nacional de Previdência Privada e Vida (FenaPrevi), afirmam que somente cerca de 7% da população total investe na modalidade. Abaixo traçamos um comparativo entre as principais diferenças e características do investimento nos dois países.
Brasil
No Brasil a previdência privada é uma aposentadoria que não está ligada ao Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), e é complementar ao fundo social regulado pelo governo. Ao contrário da Previdência Social, essa modalidade permite escolher o valor da contribuição e a periodicidade em que ela será feita. É importante ressaltar que, obviamente, o valor que o contribuinte receberá quando quiser fazer uso da economia, é proporcional ao que contribuiu ao longo da vida.
Segundo Érico Rodrigues, especialista em planejamento financeiro, uma das características marcantes da previdência privada no Brasil é que a pessoa pode fazer o resgate do valor pago, com os rendimentos, se desistir dos pagamentos.
“É importantíssimo, antes de escolher o plano, compilar e analisar todas as informações, pois é preciso ficar atento à forma de cobrança de impostos”.
Ele explica que existe a opção por duas formas de cobrança de tarifas: a tabela regressiva, que favorece a retirada do dinheiro em uma única parcela. E a tabela progressiva de cobrança de impostos, mais vantajosa para quem quer resgatar o valor em montantes mensais.
Para ajudar a entender melhor, o exemplo abaixo, feito pela Brasilprev, dá uma boa ideia de valores resgatados, rendimento e contribuição, diferenciando as duas tabelas de impostos.
- Um jovem de 22 anos que vá se aposentar aos 52 anos e faz um investimento único na previdência privada de R$ 30 mil reais. O valor é calculado com base em 30 anos de rendimento (tempo que a pessoa levará para se aposentar, levando em consideração que o dinheiro seja investido aos 22 anos).
1 – Retirada única os 52 anos:
Valor bruto: R$ 285.632,61
Valor líquido com tributação progressiva: R$ 219.749,94
Valor líquido com tributação regressiva: R$ 258.953,95
2 – Retirada mensal por um período de 20 anos:
Valor bruto: R$ 1.266,86 por mês
Valor líquido com progressiva: R$ 1.266,86
Valor líquido com regressiva: R$ 1.152,62
Além disso, existem dois tipos de previdência privada no Brasil, segundo a Superintendência de Seguros Privados (Susep):
- Plano Gerador de Benefício Livre (PGBL): É indicado para quem deseja contribuir com valores maiores e tenha uma renda mensal mais elevada, pois se o valor pago ao plano representar até 12% da sua renda bruta anual, ele pode ser abatido no Imposto de Renda (IR). Nesta modalidade, quando o contribuinte realiza o saque, as taxas pagas são calculadas de acordo com o valor que havia no fundo. Por exemplo, se o montante acumulado for de R$ 500 mil, os impostos serão pagos sobre o total.
- Vida Gerador de Benefício Livre (VGBL): A diferença com relação a modalidade anterior é que no VGBL o valor não é abatido no IR. Porém, o imposto cobrado na hora do saque será calculado somente sobre o rendimento. Para exemplificar podemos ter os mesmos R$ 500 mil de valor total, mas destes somente R$ 200 mil são de rendimentos. As taxas serão pagas em cima deste último valor e não do total. Ainda como características da previdência privada no Brasil, é possível escolher se a renda recebida após a decisão de resgate será temporária ou vitalícia, se o valor pago é por meio de cobrança direta (débito em conta, boleto bancário, etc) ou se é descontado diretamente do holerite, e se os herdeiros continuam recebendo o valor caso o contribuinte morra. Outra opção é adicionar um seguro por morte ou invalidez ao valor da previdência.
Não há idade mínima e nem comprovação de renda para iniciar um plano de previdência privada, só é necessário ter o Cadastro de Pessoa Física (CPF). Marina Oliveira, jornalista e empresária residente no Brasil, conta que um dos grandes incentivos para começar a poupar para a aposentaria veio por meio de sua família.
“Minha mãe mantém um plano de previdência privada para meu irmão desde que ele era criança, como uma poupança. Hoje ele tem 18 anos, mas poderá usufruir dos benefícios lá na frente. É importante se preocupar com isso, pois o valor da previdência governamental, na maioria dos casos, não é suficiente quando ficamos mais velhos”, acredita.
Canadá
Assim como no Brasil, o Canadá também tem um plano governamental para a aposentadoria, o CPP (Canada Pension Plan). A renda, após os 65 anos (idade mínima para se aposentar no país, independentemente do gênero), varia de acordo com o valor e o tempo que o cidadão contribuiu com a taxa, descontada diretamente no salário mensal.
No Canadá, existem dois modelos possíveis de previdência privada amplamente utilizados para poupar até a “melhor idade”: a Tax-Free Savings Account (TFSA) e o Registered Retirement Saving Plan (RRSP). De acordo com o Statistcs Canada, cerca de 62% de toda a população maior de idade tem algum tipo de investimento pensando na velhice. Ao contrário do Brasil, para aderir a um dos planos de previdência privada, no Canadá o contribuinte precisa ter mais de 18 anos de idade.
- TFSA
A modalidade nada mais é que uma conta poupança isenta de impostos, com um valor limite para depósitos por ano que, segundo a Canada Revenue Agency (CRA) varia de acordo com a renda de cada um, com a quantidade de retiradas e saques feitos a cada ano na conta, e com os produtos que ele possui com o banco no qual a conta é aberta.
As vantagens são similares a de uma conta poupança no Brasil, sem taxas, o titular não precisa estar empregado para realizar a abertura da conta e ele pode fazer retiradas a qualquer momento.
- RRSP
Ricardo Fernandes Teixeira, brasileiro que vive em Manitoba, ex-gerente da Caixa Econômica Federal (CEF) e especialista em investimentos no Canadá, explica que o RRSP é uma conta previdenciária registrada junto ao governo federal.
“Nesta opção, as aplicações podem ser provenientes não somente de dinheiro, mas também de barra de ouro ou prata, outros fundos de investimento, títulos do governo ou até ações da bolsa de valores”, explana.
Ele também comenta a respeito das vantagens da RRSP. “A contribuição que você faz para a previdência privada é deduzida da base de cálculo do IR, ou seja, se sua renda anual foi de $40 mil CAD (dólares canadenses), e você investiu $5 mil CAD no RRSP, a sua base de cálculo para o IR será de $35 mil CAD”, declara. Além disso, os juros acumulados nesta modalidade de investimento não sofrem taxação de IR enquanto permanecerem no plano, só serão taxados quando forem retirados.
É importante ressaltar que existe um limite para se contribuir com o RRSP, assim como no TFSA. Geralmente ele é de 18% do seu ganho anual do ano anterior, com o limite máximo estabelecido em $25.370,00 CAD para o ano de 2016 (o valor máximo é reajustado anualmente). Teixeira destaca que caso o investidor não tenha aplicado todo o valor que tem direito no ano, ele pode acrescer a diferença no ano seguinte.
Diferentemente da previdência privada do Brasil, no Canadá os valores são colocados no RRSP anualmente. O contribuinte tem 60 dias, contando a partir de 31 de dezembro, para fazer o depósito relativo ao ano anterior. Por exemplo, os cidadãos terão até o dia 01 de março de 2017 para investir o valor referente ao ano de 2016. Para quem quer contribuir mais que o permitido, há uma multa cobrada de 1% ao mês.
Para os saques nesta modalidade, após os 65 anos, o contribuinte pode retirar o valor que achar necessário de acordo com as suas necessidades. Antes disso, há a possibilidade de saque caso a pessoa deseje comprar a primeira casa própria ou dentro de alguns programas específicos de educação, utilizando parte dos investimentos feitos no RRSP, para pagar estudos pós-secundários.
Para transferir os valores de previdência privada entre os dois países o contribuinte deve fazer o resgate no Brasil do dinheiro e aplicar, da forma como desejar, no Canadá. Não existe uma maneira de fazer isso diretamente, como é possível na previdência social.
Para obter mais informações, simulações e cálculos de tarifas canadenses basta acessar o site: http://www.cra-arc.gc.ca/ndvdls-fmls/menu-eng.html
É possível transferir do tempo de aposentadoria do INSS do Brasil para o Canadá? Sim, saiba mais sobre o assunto acessando o link: https://www.immi-canada.com/aposentadoria-no-canada-parte-i/
Fontes:
Brasilprev Seguros e Previdência S.A.
Federação Nacional de Previdência e Vida (Fenaprevi)
Superintendência de Seguros Privados (Susep)
Financial Consumer Agency of Canada (FCAC)
Canada Revenue Agency (CRA)