Você sabia que existem várias diferenças importantes entre um despachante e um consultor de imigração?
Nós falamos sobre algumas dessas diferenças no ano passado, e hoje vamos retomar o assunto e falar um pouco mais sobre os tipos de serviços que cada profissional oferece, e também sobre os perigos escondidos que podem existir!
A Seção 91 do Immigration and Refugee Protection Act (IRPA) canadense estabelece que qualquer pessoa que representa outra para fins de imigração para o Canadá e recebe honorários ou qualquer outro tipo de compensação por essa atividade deve ser obrigatoriamente licenciada pelo RCIC (Regulated Canadian Immigration Consultants). É nessa categoria que entram os consultores de imigração, como a Celina Hui e o Shervin Madani, que representam os serviços da Immi Canada.
Os despachantes, por sua vez, são profissionais que normalmente oferecem serviços de assessoria limitada para vistos de vários países, não possuindo licenças para atuação em nome desses países, e também não possuindo conhecimentos aprofundados a respeito das regras específicas exigidas por cada país. Assim, um despachante é um profissional que auxilia o candidato a reunir documentação, preencher formulários e enviar documentos ao governo canadense, mas sem representar esse candidato legalmente.
Existe também uma terceira categoria de profissionais, os advogados de imigração, que também podem legalmente representar um cliente, porém desde que sejam licenciados por um órgão regulatório provincial aqui no Canadá. O motivo é que esses profissionais estão trabalhando com o sistema jurídico canadense.
No entanto, como advogados de imigração trabalham com um escopo muito amplo de atividades, no texto de hoje vamos focar somente em despachantes e consultores.
O que cada um pode e não pode fazer?
Quando se trata de permissão para assessorar clientes junto à imigração canadense, as regras são bem rígidas.
Um consultor de imigração, lembrando que deve ser licenciado pelo RCIC (Regulated Canadian Immigration Consultants), é um profissional que possui um conhecimento aprofundado do sistema de imigração canadense. Para obterem a licença, esses profissionais passam por um extenso período de treinamento em forma de cursos e prática profissional, e também precisam ser aprovados em um exame conhecido como entry-to-practice exam, muito comum no caso das profissões regulamentadas aqui no Canadá. Após obterem a licença, existem requisitos quanto à educação continuada, geralmente medidos em formato de credits (algo como pontos conseguidos por curso ou matéria completada) que o profissional precisa alcançar a cada ano. Esses credits são conseguidos em workshops, cursos, congressos e demais programas aprovados pelo RCIC como relevantes para a profissão.
O consultor de imigração licenciado pode oferecer para seus clientes orientações a respeito de programas de imigração, e pode também representá-los legalmente em um processo de imigração, seja ele qual for (visto de turismo, visto de estudo, visto de trabalho ou imigração). Dessa forma, esse profissional pode realmente avaliar o perfil de cada candidato, ou seja, seu histórico acadêmico, sua experiência de trabalho, seu nível de inglês, etc., e com isso sugerir um ou mais programas de imigração que sejam mais adequados ao perfil, tendo portanto maiores chances de sucesso.
É importante notar, no entanto, que a decisão final sobre se o processo será aprovado ou não cabe ao governo canadense, pois são os oficiais de imigração que irão analisar a documentação de cada candidato a fim de determinar se os requisitos batem ou não. Dessa forma, o trabalho de um consultor de imigração, que é o foco do trabalho da Immi Canada, é oferecer o seu conhecimento e a sua experiência profissional para que seus clientes tenham as maiores chances possíveis de sucesso.
O despachante é o profissional que, por não possuir a licença do RCIC, não pode ser considerado um consultor de imigração. Dessa forma, ele ainda poderá auxiliar seus clientes com processos de vistos e imigração, mas suas atividades são consideravelmente mais limitadas, uma vez que ele não pode representar seus clientes nem oferecer avaliações de perfil ou identificar os programas de imigração mais adequados.
Com todas essas restrições, o que um despachante pode, de fato, fazer? Ele pode:
Um consultor de imigração pode:
Com essas diferenças fundamentais, podemos ver também o porquê de os honorários cobrados por um despachante serem geralmente mais baratos do que os cobrados por um consultor de imigração.
Além disso, um benefício extra ao se contratar um consultor de imigração é possuir o respaldo do órgão canadense RCIC, que irá interferir caso o cliente se sinta lesado pelos serviços prestados pelo consultor.
Escolhendo um representante
Um processo de imigração é um passo muito importante na vida de qualquer pessoa, e por isso o representante - caso você decida contratar um - deve ser escolhido a dedo.
Aqui vão 5 dicas importantes para você escolher o melhor profissional para representar você durante o seu processo de imigração:
1) Verifique se o consultor é credenciado junto ao RCIC;
2) Busque se informar sobre a experiência do consultor: quantos anos ele tem na área? Com quantos clientes já trabalhou? Já trabalhou com casos parecidos com o seu? Quantos clientes desse consultor tiveram seu processo aprovado*?
3) Vá atrás de referências! Grupos em redes sociais, amigos, familiares, pessoas que conheçam ou já tenham tido contato com os serviços desse consultor. Mesmo se você não conhecer ninguém, você pode mandar uma mensagem nas redes sociais para alguém que já tenha contratado os serviços do profissional. A maioria das pessoas não irá se importar em gastar 10 segundos para responder “sim” ou “não”.
4) Informe-se sobre detalhes dos serviços oferecidos e também sobre os valores;
5) Fique atento a scams ou pegadinhas: sabe quando você quer comprar um serviço de internet mas precisa comprar TV e telefone junto? Pois é. Cuidado para não cair nessa!
*Importantíssimo: muito embora a aprovação do processo seja de responsabilidade exclusiva do governo canadense, o trabalho do consultor de imigração é fazer todo o possível para que a aplicação tenha as maiores chances de sucesso, então se um determinado consultor tiver trabalhado com muitos casos sendo que a maioria tenha sido recusada, isso pode ser um indicativo de que o profissional esteja cometendo erros durante a aplicação.
Cuidados que sempre é bom ter
Cabe a você, como cliente, escolher se deseja contratar ou não os serviços de um despachante ou de um consultor. E você também pode escolher fazer o seu processo sozinho.
Caso decida por um representante profissional, existem alguns cuidados que sempre é bom ter, não só para fins de imigração, mas para todas as vezes em que precisamos de ajuda profissional, seja ela qual for. Aqui vai um pequeno checklist com 5 itens para se ter em mente na hora de contratar um profissional:
1) Tenha um contrato por escrito. O contrato deve ter a descrição dos serviços que serão feitos, os valores que devem ser pagos, a assinatura de ambas as partes e a data;
2) Tome cuidado com seus documentos originais. Para imigrar, existem alguns documentos que precisam ser enviados em formato original, como os resultados do IELTS, por exemplo. Todos os demais documentos podem ser enviados como cópias simples, mas pergunte também ao profissional sobre a possibilidade de fazer cópias autenticadas em cartório. Se for possível, os originais ficam sempre com você;
3) Não assine nenhum papel em branco. Principalmente se for um formulário da imigração, mesmo que você já tenha fornecido as informações para que o profissional preencha. Um profissional sério só irá pedir a sua assinatura depois de preencher os formulários por completo, e também depois de pedir para você revisar as informações;
4) Certifique-se de sempre pegar uma nota fiscal ou comprovante de pagamento pelos serviços prestados;
5) Mantenha contato com o profissional regularmente ao longo do seu processo. Os processos de imigração podem ser demorados, uns mais que outros. Por isso, mandar um e-mail ou ligar todos os dias não faz sentido, mas se o profissional passar muito tempo sem falar com você, nem que seja com um “ainda não temos nenhuma novidade” ou “o seu caso ainda está na mesma etapa de avaliação”, você tem todo o direito de entrar em contato.
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