Por Daniela Andrioli
Depois de mais de 15 horas de viagem, passei sem problemas pela imigração e, finalmente, cheguei no friozinho do Canadá.
Meu fuso horário ainda está confuso. A cabeça também dói um pouco por causa da viagem. Mas, enfim, cheguei no meu sonho canadense. Agora serão cinco meses aqui, estudando, conhecendo, vivendo momentos únicos, que ficarão pra sempre na memória.
Meu voo de São Paulo saiu às oito da noite. Por segurança, cheguei no aeroporto às quatro. Mesmo já tendo pesado minha mala, resolvi pesá-la novamente antes do check-in. Surpresa: 34.8kg! Queria pagar pelo extra, mas o funcionário do aeroporto deixou claro que nenhuma companhia levaria mais do que os 32 permitidos. Foi aquela correria! Abre mala, tira o excesso, pesa de novo. A bota foi parar na mala de mão, o pijama roxo não coube, a agenda de 2014 ficou realmente para o próximo ano... No fim, 31kg e sucesso no check-in.
Depois de despachar a bagagem, segui para o próximo passo: as despedidas. Sim, só são cinco meses. Mas, para mim, tempo suficiente para saudade sufocar. Depois de abraçar forte pai, mãe, namorado e melhor amiga, entrei na sala de embarque com lágrimas nos olhos, disposta a encontrar um cantinho para poder organizar o pensamento.
Enquanto todos conversavam, eu chorava. Só fiz amizade na hora de entrar no avião. Uma boa pedida para quem está viajando sozinha e não conhece o destino. Conversamos sobre a escala em Toronto, sobre a chegada em Vancouver, sobre a homestay. Fiquei mais calma.
A viagem até o aeroporto Pearson foi longa. Dez horas numa poltrona desconfortável. Da próxima vez, com certeza, vou adicionar uma almofada para pescoço na mochila. E uma caneta. Na hora de preencher o formulário de imigração, não tinha nenhuma em mãos. Peguei emprestada uma da aeromoça, que deixou claro que eu deveria ser rápida, já que havia mais gente precisando. Enfim, depois de uma noite tumultuada, desci em Toronto mais tranquila, principalmente por ter passado pela primeira parte da viagem.
Escolhi para viajar um casaco com bolsos, ótimo para guardar passaporte, celular, documentos... Então, tudo estava fácil na hora de passar pela imigração. Pediram minha carta de aceitação da escola e a passagem de volta para o Brasil. Tudo ok. Resultado: seis meses de permanência no país.
Estava com muitas dúvidas sobre a troca de esteiras. Mas, ao chegar para pegar minha bagagem, percebi que o processo era intuitivo. Pega daqui, passa por lá e despacha para Vancouver. Consegui fazer tudo isso em meia hora e, logo depois, fui para o portão de embarque.
Foram mais cinco horas de voo desconfortável. Nada de livros, nada de fones. Esse último até vendia no serviço de bordo, mas acabei deixando passar. Tentei dormir mais um pouco, mas a ansiedade não deixava. Só consegui descansar por uma hora.
Já no destino final, encontrei minha hostmother com a placa com meu nome. Respirei fundo, tudo estava dando certo. Mais dez minutos e consegui ver minha mala, linda e pronta, esperando a nova vida que estava por vir.
Ainda não conheci a escola, nem tampouco a cidade. Mas, nessas 48 horas canadenses, tenho certeza que todo esforço vale a pena. E que toda lágrima seca depois de um bom aprendizado.